A construção da Psicologia como ciência.
Citação de PATRICIA GROSSI em abril 5, 2025, 9:41 pm1 - Desde os tempos mais antigos, o ser humano busca entender a si mesmo. No entanto, foi apenas a partir do século XIX que a psicologia começou a se consolidar como uma ciência independente. Antes disso, questões sobre a mente, a alma e o comportamento pertenciam à filosofia. Com o avanço da ciência e das técnicas experimentais, surge a necessidade de estudar o ser humano com métodos mais sistemáticos, o que leva à criação dos primeiros laboratórios de psicologia, como o de Wilhelm Wundt, na Alemanha. A partir desse momento, a psicologia passa a buscar legitimidade como ciência, estruturando métodos próprios e construindo seu campo de atuação.
Nesse processo de constituição científica, o sujeito — antes visto de forma abstrata pela filosofia — ganha centralidade como foco de investigação. A psicologia passa a estudar o ser humano em sua complexidade: suas emoções, pensamentos, comportamentos, motivações e experiências. A ciência psicológica nasce, portanto, do desejo de compreender como o sujeito funciona, interage com o mundo e se transforma ao longo da vida.
2 - A psicologia como ciência humana e seus paradoxos epistemológicos
A psicologia, por sua natureza, situa-se em uma encruzilhada entre as ciências naturais e as ciências humanas. Por um lado, tenta adotar métodos objetivos e empíricos, típicos das ciências naturais. Por outro, lida com fenômenos subjetivos, simbólicos e culturais — características das ciências humanas. Esse posicionamento híbrido gera diversos paradoxos epistemológicos.
Um dos principais paradoxos está na tentativa de quantificar e generalizar experiências humanas, que são essencialmente singulares e carregadas de significados. Como estudar o amor, o sofrimento ou a criatividade com o mesmo rigor de uma experiência laboratorial? Outro paradoxo está na própria relação entre pesquisador e objeto de estudo: ao estudar o sujeito, o psicólogo também é um sujeito, o que torna a neutralidade científica uma meta difícil de alcançar.
Esses dilemas não enfraquecem a psicologia, mas revelam sua riqueza e complexidade. Eles exigem posturas metodológicas diversas e uma abertura para múltiplas formas de conhecimento, reconhecendo que não há uma única verdade sobre o ser humano.
3 - Escolas epistemológicas que influenciaram a construção da psicologia
A formação da psicologia como ciência foi profundamente influenciada por diferentes correntes epistemológicas — ou seja, modos distintos de pensar o conhecimento.
O positivismo, por exemplo, marcou fortemente os primeiros passos da psicologia científica, com sua ênfase na observação objetiva e na experimentação. Essa influência é visível em abordagens como o behaviorismo, que buscou estudar o comportamento humano de forma mensurável e controlada.
A fenomenologia trouxe uma mudança importante ao valorizar a experiência vivida, abrindo caminho para compreensões mais subjetivas e existenciais do ser humano. Já a hermenêutica influenciou abordagens que buscam interpretar o sentido das ações humanas dentro de seus contextos culturais e históricos.
Além dessas, o construtivismo, o materialismo histórico-dialético e a epistemologia crítica também ofereceram bases teóricas que ampliaram os horizontes da psicologia, questionando suas pretensões de neutralidade e propondo um olhar mais engajado e transformador sobre a realidade humana.
A psicologia não nasceu pronta, mas foi se constituindo historicamente, enfrentando tensões e dialogando com diferentes formas de conhecimento. Seu compromisso com a complexidade do sujeito e com a multiplicidade dos fenômenos humanos é, talvez, o que mais a distingue como ciência.
1 - Desde os tempos mais antigos, o ser humano busca entender a si mesmo. No entanto, foi apenas a partir do século XIX que a psicologia começou a se consolidar como uma ciência independente. Antes disso, questões sobre a mente, a alma e o comportamento pertenciam à filosofia. Com o avanço da ciência e das técnicas experimentais, surge a necessidade de estudar o ser humano com métodos mais sistemáticos, o que leva à criação dos primeiros laboratórios de psicologia, como o de Wilhelm Wundt, na Alemanha. A partir desse momento, a psicologia passa a buscar legitimidade como ciência, estruturando métodos próprios e construindo seu campo de atuação.
Nesse processo de constituição científica, o sujeito — antes visto de forma abstrata pela filosofia — ganha centralidade como foco de investigação. A psicologia passa a estudar o ser humano em sua complexidade: suas emoções, pensamentos, comportamentos, motivações e experiências. A ciência psicológica nasce, portanto, do desejo de compreender como o sujeito funciona, interage com o mundo e se transforma ao longo da vida.
2 - A psicologia como ciência humana e seus paradoxos epistemológicos
A psicologia, por sua natureza, situa-se em uma encruzilhada entre as ciências naturais e as ciências humanas. Por um lado, tenta adotar métodos objetivos e empíricos, típicos das ciências naturais. Por outro, lida com fenômenos subjetivos, simbólicos e culturais — características das ciências humanas. Esse posicionamento híbrido gera diversos paradoxos epistemológicos.
Um dos principais paradoxos está na tentativa de quantificar e generalizar experiências humanas, que são essencialmente singulares e carregadas de significados. Como estudar o amor, o sofrimento ou a criatividade com o mesmo rigor de uma experiência laboratorial? Outro paradoxo está na própria relação entre pesquisador e objeto de estudo: ao estudar o sujeito, o psicólogo também é um sujeito, o que torna a neutralidade científica uma meta difícil de alcançar.
Esses dilemas não enfraquecem a psicologia, mas revelam sua riqueza e complexidade. Eles exigem posturas metodológicas diversas e uma abertura para múltiplas formas de conhecimento, reconhecendo que não há uma única verdade sobre o ser humano.
3 - Escolas epistemológicas que influenciaram a construção da psicologia
A formação da psicologia como ciência foi profundamente influenciada por diferentes correntes epistemológicas — ou seja, modos distintos de pensar o conhecimento.
O positivismo, por exemplo, marcou fortemente os primeiros passos da psicologia científica, com sua ênfase na observação objetiva e na experimentação. Essa influência é visível em abordagens como o behaviorismo, que buscou estudar o comportamento humano de forma mensurável e controlada.
A fenomenologia trouxe uma mudança importante ao valorizar a experiência vivida, abrindo caminho para compreensões mais subjetivas e existenciais do ser humano. Já a hermenêutica influenciou abordagens que buscam interpretar o sentido das ações humanas dentro de seus contextos culturais e históricos.
Além dessas, o construtivismo, o materialismo histórico-dialético e a epistemologia crítica também ofereceram bases teóricas que ampliaram os horizontes da psicologia, questionando suas pretensões de neutralidade e propondo um olhar mais engajado e transformador sobre a realidade humana.
A psicologia não nasceu pronta, mas foi se constituindo historicamente, enfrentando tensões e dialogando com diferentes formas de conhecimento. Seu compromisso com a complexidade do sujeito e com a multiplicidade dos fenômenos humanos é, talvez, o que mais a distingue como ciência.