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A teologia pastoral é sua necessária evolução.

À primeira vista, definir a teologia pastoral pode parecer difícil, quer pelo que ela é em si, quer pela evolução que sofreu desde os primórdios dos estudos teológicos, e sobretudo nos últimos dois séculos. O termo pastoral está presente em muitos aspectos da vida eclesiástica e, por conseguinte, ultrapassa o âmbito da teologia. Não faltam aqueles que aplicam o termo pastoral a uma determinada abordagem no tratamento de diferentes temas teológicos; neste caso, a teologia pastoral não teria um estatuto científico e não seria considerada uma disciplina teológica. A teologia pastoral não evoluiu tão claramente como a teologia sistemática e a histórica. Continua a lutar para manter o difícil equilíbrio entre teoria e praxis; se no passado predominava o aspeto pragmático da teologia pastoral, no presente foram dados passos significativos para clarificar sua especificidade. Neste contexto, é urgente uma definição precisa do que se entende por teologia pastoral. Para que um saber se constitua como ciência, deve ser muito claro quanto aos seus objetivos, à sua finalidade e à sua metodologia.

Desde logo, é preciso dizer que o ser e o fazer, o teórico e o prático, não só não se opõem, como se implicam mutuamente. Toda a ação eclesial comporta um elemento de reflexão que não pode ser separado da própria ação; a reflexão teológica sobre a ação da Igreja é o conteúdo próprio da teologia pastoral. Além disso, a teologia pastoral utiliza a razão prática como mediação da reflexão, pois parte da realidade existente para chegar à realidade como ela deve ser, segundo a proposta evangélica. Neste sentido, é uma teologia indutiva e precisa necessariamente da ajuda das ciências humanas. O termo pastor e pastoreio tem uma base bíblica, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Foram os estudos bíblicos que renovaram significativamente a vida da Igreja, o trabalho teológico e o ensino da teologia. A história de Israel é frequentemente apresentada com a imagem do rebanho reunido por Deus como bom pastor, que liberta o povo da escravidão e o conduz à terra prometida com repetidos cuidados, paciência e amor, o retorno do exílio babilônico e a restauração do povo são interpretados do mesmo modo.

O lugar específico da teologia pastoral é nos estudos teológicos, e deve ser elaborada com o método das ciências teológicas. É uma disciplina de carácter universal. Ocupa-se da ação da Igreja, tanto em si como nas estruturas e ações pastorais concretas. Visa a realização da Igreja e o cumprimento da missão recebida de Jesus Cristo. Recorre às ciências humanas para conhecer a situação eclesial, a partir daí, conceber uma nova situação e as orientações básicas para a ação. Neste sentido, podemos dizer que a teologia pastoral tem uma dimensão crítica, pois tem a tarefa de definir objetivos, tarefas, atitudes, prioridades e sistemas de organização Por sua natureza, não é uma crítica subjetiva e idealista, mas sim, reconstrutora da autêntica imagem eclesial, isto é, procura o quadro teológico a partir do qual discernir o que fazer, e fala das condições da ação da Igreja e da sua imagem real, para ajudar na elaboração do seu desenvolvimento.