Filosofia
Citação de José Carlos em novembro 9, 2023, 1:11 pmSumariamente esta disciplina nos apresentou um conteúdo informativo quanto aos conceitos, origens e principais correntes e/ou pensamentos filosóficos com seus expoentes, em épocas distintas. Obviamente que a partir dessas concepções podemos problematizar a seguinte questão: É possível uma Filosofia Cristã que se harmonize com a Teologia Bíblica?
A “priori” cabe ressaltar que esta propositura não se esgota e nem se absolutiza nesta singela reflexão. Tampouco representa aqui uma corrente exclusiva de interpretação teológica. Evidentemente por não ser um catedrático neste assunto busco subsídios que para dar suporte a minha opinião, sempre aberta ao contraditório, afinal estamos trabalhando para a construção multifacetada do conhecimento.
É bem verdade que esse questionamento sobre no campo teológico filosófico, sempre gerou grandes discussões e controvérsias que divagaram em pontos extremos, até encontrar nas obras de Tomás de Aquino, uma solução precisa e definitiva mediante uma distinção clara entre as “duas ordens” com base no sólido “sistema aristotélico”.
Quando retornamos aos primórdios da Igreja vemos na teologia Paulina vestígios filosóficos de inspiração cristã. No livro de Atos dos Apóstolos, Lucas registra o discurso que Paulo teve com alguns filósofos no Areópago, e que evidencia repetidas alusões a ideias populares, predominante de origem estóica (At. 17.18). Para se fazer compreender Paulo se serviu do “conhecimento natural de Deus” e da voz da “consciência humana”, ligando o seu discurso ao pensamento dos filósofos que tinham contraposto ao misticismo da religião pagã, conceitos mais respeitosos da transcendência divina.
Certamente precisamos destacar cuidadosamente a diferença entre a Filosofia, enquanto “sabedoria prática e escola de vida”, das especulações Gnósticas introduzidas na igreja por uns “poucos iluminados”, combatidas veemente por Paulo conforme Colossenses (2.8). Aliás, foram seguindo as palavras de Paulo que outros escritores dos primeiros séculos, puseram reservas a uma subordinação da verdade da revelação à interpretação dos filósofos.
De qualquer modo, isso não significa que ignorassem a obrigação de aprofundar a compreensão da fé e suas motivações. Por isso, os Pais da Igreja encontraram suporte na filosofia para construção dos grandes “discursos apologéticos” em defesa da fé. Prova disso está na célere frase de Justino um famoso apologista: “Reconheci que o [Cristianismo] era a única filosofia segura e proveitosa”.
Outro aspecto histórico importante que nos dá assertiva em nossa afirmação é a famosa máxima de Pascal: “Platão prepara o advento do cristianismo”. Numa perspectiva mais contextualizada, faço menção do pensamento Wesleyano que dava absoluta prioridade para a fé, a graça e a palavra de Deus, sem, no entanto desprezar o “uso equilibrado da razão” como expressão “intelectual da fé cristã” em suas dimensões.
Em suma, concordo que Teologia e Filosofia são “esferas distintas de reflexão”, mas que se abrem e se interagem numa dialética, para análise e explicação das estruturas lógicas e conceptivas das proposições em que se articulam os dogmas da fé, principalmente quando põe em destaque o significado salvífico de tais proposições para o individuo e para a humanidade. Esse é o nosso entendimento s.m.j.
Sumariamente esta disciplina nos apresentou um conteúdo informativo quanto aos conceitos, origens e principais correntes e/ou pensamentos filosóficos com seus expoentes, em épocas distintas. Obviamente que a partir dessas concepções podemos problematizar a seguinte questão: É possível uma Filosofia Cristã que se harmonize com a Teologia Bíblica?
A “priori” cabe ressaltar que esta propositura não se esgota e nem se absolutiza nesta singela reflexão. Tampouco representa aqui uma corrente exclusiva de interpretação teológica. Evidentemente por não ser um catedrático neste assunto busco subsídios que para dar suporte a minha opinião, sempre aberta ao contraditório, afinal estamos trabalhando para a construção multifacetada do conhecimento.
É bem verdade que esse questionamento sobre no campo teológico filosófico, sempre gerou grandes discussões e controvérsias que divagaram em pontos extremos, até encontrar nas obras de Tomás de Aquino, uma solução precisa e definitiva mediante uma distinção clara entre as “duas ordens” com base no sólido “sistema aristotélico”.
Quando retornamos aos primórdios da Igreja vemos na teologia Paulina vestígios filosóficos de inspiração cristã. No livro de Atos dos Apóstolos, Lucas registra o discurso que Paulo teve com alguns filósofos no Areópago, e que evidencia repetidas alusões a ideias populares, predominante de origem estóica (At. 17.18). Para se fazer compreender Paulo se serviu do “conhecimento natural de Deus” e da voz da “consciência humana”, ligando o seu discurso ao pensamento dos filósofos que tinham contraposto ao misticismo da religião pagã, conceitos mais respeitosos da transcendência divina.
Certamente precisamos destacar cuidadosamente a diferença entre a Filosofia, enquanto “sabedoria prática e escola de vida”, das especulações Gnósticas introduzidas na igreja por uns “poucos iluminados”, combatidas veemente por Paulo conforme Colossenses (2.8). Aliás, foram seguindo as palavras de Paulo que outros escritores dos primeiros séculos, puseram reservas a uma subordinação da verdade da revelação à interpretação dos filósofos.
De qualquer modo, isso não significa que ignorassem a obrigação de aprofundar a compreensão da fé e suas motivações. Por isso, os Pais da Igreja encontraram suporte na filosofia para construção dos grandes “discursos apologéticos” em defesa da fé. Prova disso está na célere frase de Justino um famoso apologista: “Reconheci que o [Cristianismo] era a única filosofia segura e proveitosa”.
Outro aspecto histórico importante que nos dá assertiva em nossa afirmação é a famosa máxima de Pascal: “Platão prepara o advento do cristianismo”. Numa perspectiva mais contextualizada, faço menção do pensamento Wesleyano que dava absoluta prioridade para a fé, a graça e a palavra de Deus, sem, no entanto desprezar o “uso equilibrado da razão” como expressão “intelectual da fé cristã” em suas dimensões.
Em suma, concordo que Teologia e Filosofia são “esferas distintas de reflexão”, mas que se abrem e se interagem numa dialética, para análise e explicação das estruturas lógicas e conceptivas das proposições em que se articulam os dogmas da fé, principalmente quando põe em destaque o significado salvífico de tais proposições para o individuo e para a humanidade. Esse é o nosso entendimento s.m.j.