Paulo, o 12° apóstolo
Graça e Paz, irmãos seminaristas!
Gostaria de compartilhar com os irmãos e irmãs uma interpretação (discernimento) um pouco diferente do que normalmente é ensinado em relação aos 12 apóstolos.
Creio que o relato de Atos 1. 12-26, "a escolha de Matias", tem o objetivo de nos ensinar como NÃO proceder nas coisas do Reino. Creio que essa NARRATIVA não tem caráter doutrinário, mas muito pelo contrário, trata de nos mostrar um erro cometido pelos apóstolos. Eu explico: o Espírito Santo ainda não havia sido derramado (Atos 2), e eles se PRECIPITARAM tirando na sorte quem seria o substituto de Judas Iscariotes. Ora, primeiro que não é um ensino cristão, da Nova Aliança, ficarmos "lançado sortes" para sabermos a vontade de Deus. Ele nos fala através do Espírito Santo. Em segundo lugar, um dos critérios para o apostolado era ser chamado diretamente por Jesus, o que ocorreu com Saulo a caminho de Damasco. Ou seja, esse foi o substituto legítimo de Judas, e não Matias, que nunca mais foi sequer citado no Novo Testamento.
Por favor, comentem o que acham, se concordam ou não. E deixem seu like caso concordem. Bons estudos a todos!
Concordo com a conclusão porém quando a bíblia, fala lançar sorte, eu entendo como foi posto em votação. Acredito que ouve um consenso ou maioria na escolha, visto que era algo muito importante a se decidir. Não acredito que a escolha tenha sido por exemplo, jogando uma moeda cima.
Querido irmão,
Lançar sorte era comum na tradição judaica. Os sacerdotes usavam o "URIM E TUMIM" para consultar a vontade de Deus. Eram pedras que jogadas aleatoriamente "revelariam" a resposta positiva ou negativa de Deus. Ou seja, era quase como jogar na moeda mesmo. Com certeza não foi votação não. Por ser da tradição os apóstolos reproduziram o ato, mas como eu disse, o Espírito Santo ainda não havia sido derramado. Isto é, foi uma ação movida pelo homem e não poe Deus.
caro irmao como foi dito lançar a sorte era habito estabelecido durante a aliança mosaica ,entao era costume dos povos ser abençoados por Deus atraves do acaso , sobre o espirito santo o proprio jesus repassou aos apostolos atraves da imposição das maos ,haviam duas formas de receber esse espirito pelo batismo de fogo ,experiencia das labaredas , e pela imposição das maos ,se vc ler com cuidado o livro de atos novamente vera que ele e repassado sobre a imposição de maos .embora ele nao tenha sido derramado os apostolos ja tinham acesso ao espirito santo motivo pelo qual eles podiam fazer milagres. o mesmo acontece com os profetas que tambem tinham acesso ao espirito so que atraves de experiencias ( luzes cegantes) o mesmo que aconteceu com paulo, ezequiel,abraao...
Cara irmã Gisele,
Primeiramente, gostaria de argumentar em relação a "lançar sortes". Certamente que essa atitude não condiz com a Nova Aliança. Eu mesmo, no início de minha caminhada com Cristo, fiz isso algumas vezes para "saber a resposta de Deus". Porém, o Espírito Santo me conduziu a verdade (João 16.13). ELE me mostrou que isso é um erro e me levou ao texto de Atos 1. Ou seja, tenho plena convicção que foi discernimento do Espírito Santo ao meu espirito que não devemos lançar sortes para saber a vontade de Deus, pois isso é obra do Seu Espírito.
Em segundo lugar, João 16.7 deixa bem claro que o Espírito Santo ainda não havia sido derramado, pois Jesus disse que se ele não fosse o Espirito Santo não viria... Em Lucas 24.49 Jesus disse que ficassem em Jerusalém até que fossem revestidos de poder. Em Atos 1.5 diz que eles seriam batizados com o Espirito Santo dentro de poucos dias. Enquanto isso eles eram fracos, medrosos, inconstantes, etc. Pedro negou Jesus, Tadeu duvidou, etc. Eles curaram e fizeram milagres por concessão de poder dado por Jesus temporariamente, assim como acontecia no Antigo Testamento. O Espírito não havia sido DERRAMADO, os homens ainda não eram habitação do Espírito Santo, mas eram visitados por ELE.
Amados do Senhor. Nas Escrituras não há nada que seja mundano, pois se isso ocorresse, teríamos algo a degradar a Palavra de Deus, algo que tirasse a parte divina da mensagem. O humano está apenas na redação.
Assim posto, o referido por "Lançar Sorte" sobre qualquer questão, não se trata de uma escolha aleatória, mas de um mandamento de Deus imposto ao povo que saía do Egito, com a mente atrofiada por séculos de escravidão, que necessitava de algo palpável para ter confiança em seu líder. Deus então, em sua suprema sabedoria, entregou ao sacerdote da época, Aarão, essas duas pedras físicas, sobre as quais, quando lançadas pelo sacerdote (e sempre na presença do povo), Deus atuaria, mostrando irrefutavelmente sua vontade. Lançar Sorte nos traz certa dificuldade de entendimento em razão da distância histórica contextual entre os israelitas (há quase 5.000 anos de distância cronológica) e nossa realidade atual. Devemos levar em conta a língua do momento histórico daquele povo, o hebraico, o que incute grande dificuldade de tradução. É uma questão terminológica.
O que necessitamos saber é que, consultando a Bíblia nos seguintes pontos (Ex 28.30; Nm 27.21; 1Sm 28.6, e; Ed 2.63) fica-nos claro não se tratar de "sorte" no valor semântico atual desse termo, mas uma maneira irrefutável perante aquele povo de Deus afirmar o que diziam os líderes.
Portanto, a ocorrência apresentada no livro de Atos 1.12-26, não foi uma mera escolha por cara ou coroa, mas, como muito bem apresentado pelos irmãos, como ainda não havia ocorrido o Pentecostes, os discípulos, sendo judeus, cumpriram o mandamento de Deus para a escolha feita entre José e Matias, valendo-se das referidas pedras que mostrariam, por intervenção divina, quem assumiria o lugar de Judas. Para comprovar o que afirmamos, basta consultar At 1.16 e At 1.20. Nessas passagens fica claro que foi cumprimento de profecia, portanto, mandado de Deus. Judas haveria de trair o Senhor, seria destituído de seu posto e outro deveria assumir seu "bispado" At 1.20.
Deus nos abençoe a todos.
Graça e Paz!
Querido irmão,
- Sei que existe uma "distância" cultural e temporal muito grande entre nós e os povos do Antigo Testamento. Sou formado em História, e sei que tentar pensar o passado com a mente do presente, e vice-versa, é um erro chamado "anacronismo". Por isso, disse que na Nova Aliança, ou seja, no Novo Testamento aquele costume não é mais necessário, nem recomendado. Também estou ciente que os discípulos sabiam da profecia: "outro tome o seu lugar" (At. 1.20). Porém, eles se precipitaram, tal como Sara fez no caso de Agar. Um dos critérios para ser "dos 12" era ser chamado diretamente por Jesus. Coisa que Paulo o foi, mas não Matias. A profecia do Salmo 109 se cumpriu em Paulo, não em Matias.