psicanálise e comportamento
Citação de MARIA DE FATIMA PEREIRA DE JESUS em julho 12, 2025, 11:56 pmO comportamento social ocupa lugar central na psicanálise, pois esta ciência não se limita ao exame dos fenômenos intrapsíquicos isolados, mas entende o sujeito humano como sempre imerso em relações intersubjetivas. Em linhas gerais, podemos destacar três dimensões fundamentais dessa importância:
Formação e estruturação da personalidade
Desenvolvimento do Ego e do Superego: Segundo Freud, a construção do Eu (Ego) e, sobretudo, do Superego se dá a partir das interações do bebê e da criança com as figuras parentais e seu entorno social. É na repetição de abraços, repreensões, elogios e proibições que a criança internaliza normas, valores e limites.
Origem dos Conflitos Inconscientes: Grande parte dos sintomas neuróticos tem raízes em dilemas vividos nas relações sociais (por exemplo, ambivalência edipiana, rivalidades fraternas ou expectativas parentais): o modo como o sujeito vivencia reconhecimento, rejeição, desejo de aprovação e culpa molda o inconsciente.
Dinâmicas de transferência e contratransferência
Transmissão e reinscrição de vínculos: Na clínica psicanalítica, o paciente “traz” para o setting terapêutico uma réplica de seus modos de se relacionar (“transferência”). A análise dessas repetições sociais dentro da sessão permite tornar conscientes padrões de comportamento e expectativas que circulam em sua vida relacional.
Regulagem do processo terapêutico: O analista também reage a essas dinâmicas (“contratransferência”), e esse diálogo encenado permite uma compreensão viva de como o paciente organiza afetos, defesas e fantasias em seu espaço social real.
Loucura, subjetividade e laços sociais
Psicopatologia de base social: Transtornos graves muitas vezes se expressam na quebra ou distorção de laços sociais — pense na angústia paranoica, na retração autista ou na despersonalização. A psicanálise investiga não apenas o que se passa “dentro”, mas como o “dentro” repercute e reorganiza o “fora”.
Grupo e cultura: Autores como S. H. Foulkes desenvolveram a Psicanálise de Grupo, mostrando como o funcionamento psíquico se dá em contextos de multidão e pequenos grupos. Jacques Lacan, por sua vez, enfatizou o papel do “Grande Outro” — instância social simbólica que dá consistência à linguagem e ao desejo.
Em suma, para a psicanálise o comportamento social não é mero pano de fundo: é o meio fundamental pelo qual o sujeito se constitui, experimenta conflitos e recria suas fantasias. Sem considerar essas dimensões intersubjetivas, perder-se-ia a chave de leitura para grande parte dos fenômenos psíquicos que, afinal, se desdobram sempre em terreno relacional.
O comportamento social ocupa lugar central na psicanálise, pois esta ciência não se limita ao exame dos fenômenos intrapsíquicos isolados, mas entende o sujeito humano como sempre imerso em relações intersubjetivas. Em linhas gerais, podemos destacar três dimensões fundamentais dessa importância:
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Formação e estruturação da personalidade
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Desenvolvimento do Ego e do Superego: Segundo Freud, a construção do Eu (Ego) e, sobretudo, do Superego se dá a partir das interações do bebê e da criança com as figuras parentais e seu entorno social. É na repetição de abraços, repreensões, elogios e proibições que a criança internaliza normas, valores e limites.
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Origem dos Conflitos Inconscientes: Grande parte dos sintomas neuróticos tem raízes em dilemas vividos nas relações sociais (por exemplo, ambivalência edipiana, rivalidades fraternas ou expectativas parentais): o modo como o sujeito vivencia reconhecimento, rejeição, desejo de aprovação e culpa molda o inconsciente.
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Dinâmicas de transferência e contratransferência
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Transmissão e reinscrição de vínculos: Na clínica psicanalítica, o paciente “traz” para o setting terapêutico uma réplica de seus modos de se relacionar (“transferência”). A análise dessas repetições sociais dentro da sessão permite tornar conscientes padrões de comportamento e expectativas que circulam em sua vida relacional.
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Regulagem do processo terapêutico: O analista também reage a essas dinâmicas (“contratransferência”), e esse diálogo encenado permite uma compreensão viva de como o paciente organiza afetos, defesas e fantasias em seu espaço social real.
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Loucura, subjetividade e laços sociais
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Psicopatologia de base social: Transtornos graves muitas vezes se expressam na quebra ou distorção de laços sociais — pense na angústia paranoica, na retração autista ou na despersonalização. A psicanálise investiga não apenas o que se passa “dentro”, mas como o “dentro” repercute e reorganiza o “fora”.
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Grupo e cultura: Autores como S. H. Foulkes desenvolveram a Psicanálise de Grupo, mostrando como o funcionamento psíquico se dá em contextos de multidão e pequenos grupos. Jacques Lacan, por sua vez, enfatizou o papel do “Grande Outro” — instância social simbólica que dá consistência à linguagem e ao desejo.
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Em suma, para a psicanálise o comportamento social não é mero pano de fundo: é o meio fundamental pelo qual o sujeito se constitui, experimenta conflitos e recria suas fantasias. Sem considerar essas dimensões intersubjetivas, perder-se-ia a chave de leitura para grande parte dos fenômenos psíquicos que, afinal, se desdobram sempre em terreno relacional.