Psicanálise x Behaviorismo
Psicanálise e o Behaviorismo, afirmando que, embora sejam contrastantes, podem se complementar no setting psicanalítico. O autor também destaca a importância de associar a análise do aparelho psíquico com o comportamento do analisando na prática clínica.
É importante destacar que a Psicanálise e o Behaviorismo são abordagens teóricas e clínicas distintas, com pressupostos diferentes sobre o comportamento humano e suas determinantes. Enquanto a Psicanálise busca compreender a dinâmica inconsciente e as complexas interações entre o indivíduo e seu ambiente, o Behaviorismo tem como foco o estudo do comportamento observável e a manipulação de variáveis ambientais para modificar o comportamento.
No entanto, é possível que essas abordagens se complementem em um setting clínico integrativo, em que a análise do aparelho psíquico e a observação do comportamento podem ser utilizadas para compreender o paciente de forma mais precisa. Além disso, muitos dos teóricos da Psicanálise, como Freud e seus seguidores, consideravam a importância da relação entre o universo interior e o comportamento do indivíduo, o que pode ser útil em uma abordagem integrativa.
O behaviorismo clássico de John B. Watson e o behaviorismo radical de B.F. Skinner em relação à definição de comportamento, em que no primeiro é considerado apenas o que é possível ser observado de maneira objetiva, enquanto no segundo, um comportamento não precisa ser observado por outras pessoas. O autor também aponta que essa diferença pode criar dificuldades para o behaviorismo na conciliação de estímulos e resultados adequados no sujeito ou organismo.
No entanto, é importante esclarecer que o behaviorismo radical não é necessariamente uma oposição ao behaviorismo metodológico de Watson. Em vez disso, o behaviorismo radical é uma evolução do behaviorismo que reconhece a importância da subjetividade do indivíduo e sua relação com o ambiente, bem como a influência de eventos privados, como pensamentos e emoções, no comportamento.
Em relação à conciliação de estímulos e resultados adequados no sujeito ou organismo, o behaviorismo radical de Skinner propõe que o comportamento é moldado por meio de reforços, ou seja, eventos que aumentam a probabilidade de que um comportamento ocorra novamente no futuro. Nesse sentido, os comportamentos são considerados respostas a estímulos do ambiente, e a seleção natural ocorre por meio da consequência dessas respostas.
Assim, o desafio para o behaviorismo é identificar as variáveis que influenciam o comportamento e encontrar maneiras de manipulá-las para alcançar resultados desejáveis. Além disso, o behaviorismo radical reconhece que a história de vida de um indivíduo e as contingências de reforço a que ele foi exposto podem afetar significativamente o comportamento, e, portanto, deve-se levar em consideração esses fatores na análise e intervenção comportamental.