Psicologia como ciência e as escola psicológicas: Vertentes epistemológicas
Antes de se começar a compreender os problemas ditos psicológicos, acreditava-se que esses problemas eram causados por maus espíritos. Já para Descartes, filósofo do século XVII, os nervos eram tubos ocos através dos quais espíritos animais conduziam impulsos. Franz Josef Gall, um médico do século XVIII acreditava que certas características da personalidade como inteligência, caráter e moral eram definidas pela quantidade de caroços no crânio de uma pessoa. A psicologia evoluiu bastante desde o século XVIII , entretanto a maioria dos seus avanços são bem recentes. Podemos concluir então que a psicologia é relativamente jovem. O inicio formal da psicologia deu-se no final do século XIX na Alemanha, onde Wilhelm Wundt estabeleceu o primeiro laboratório experimental dedicado ao estudo da psicologia. Sua perspectiva foi conhecida como estruturalismo e era direcionada a descoberta de componentes mentais da percepção, consciência, pensamento, emoções e outros tipos de atividades mentais. Wundt utilizou um procedimento para estudar a estrutura da mente em que se pede para que o paciente descreva com detalhes tudo o que sentem quando exposto a determinado estímulo, tal procedimento chama-se introspecção. Ao passar do tempo a introspecção começou a ser questionada e começou-se a desenvolver uma nova abordagem chamada de funcionalismo liderado por William James. Essa abordagem se concentra no que a mente faz e como o comportamento funciona. Outra reação importante ao estruturalismo foi a psicologia de Gestalt que enfatiza como a percepção é organizada. Essa psicologia foca na organização da percepção e do pensamento em um sentido total, em vez de elementos individuais da percepção. As principais perspectivas da psicologia são a neurocientífica, comportamental, psicodinâmica, cognitiva e humanista.
Epistemologia pluralizada e história da psicologia
Tomam-se, aqui, obras de Wilhelm Wundt e William James para mostrar que a psicologia nasce como projeto científico no final do século XIX. Esse projeto diferencia psicologia como ciência de psicologia como metafísica. Dessa perspectiva, a história da psicologia é concebida como história da psicologia científica e a pré-história da psicologia é concebida como história da psicologia metafísica. Mas as concepções de ciência de Wundt e James são diferentes. Da perspectiva da epistemologia unitária, a psicologia não se constitui como ciência. Nesse caso, a história da psicologia é concebida como pré-história dessa disciplina e sua história como ciência só começará se ela adquirir unidade. Da perspectiva da epistemologia pluralizada, a história da psicologia é história da cultura, o que significa dizer que é história das tradições de pensamento psicológico e filosófico e, também, história das ideias. Conclui-se que, da perspectiva da epistemologia pluralizada, epistemologia e história da psicologia adquirem uma perspectiva antropológica, o que equivale a dizer que a pré-história da psicologia não existe, e que a história dessa disciplina pode começar em qualquer época e lugar. E, finalmente, que o esclarecimento da psicologia como ciência depende da história da ciência e da cultura psicológica.
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