Sensação e percepção
Sensação: Ativação dos órgãos dos sentidos por uma fonte de energia física.
Percepção: organização, interpretação, análise e integração dos estímulos pelos órgãos dos sentidos e pelo cérebro.
Estímulo: Energia que produz uma resposta em um órgão sensorial
Psicofísica: Estudo da relação entre os aspectos físicos dos estímulos e a forma como os experimentamos psicologicamente.
Psicologia Básica: Sensações e Percepção
Na base da psicologia, o estudo das sensações e percepções ocupa um lugar fundamental para a compreensão de como o ser humano entra em contato com o mundo. Na formação psicanalítica, entender esses conceitos é essencial, pois eles compõem as primeiras formas de relação entre o sujeito e a realidade externa — ou seja, são o ponto de partida para a constituição do psiquismo.
Sensação: o contato bruto com o estímulo
A sensação é definida como a resposta imediata e direta dos órgãos sensoriais a um estímulo externo. Trata-se de um processo fisiológico, no qual os receptores sensoriais (como os olhos, ouvidos, pele, língua e nariz) captam informações do ambiente e as transmitem ao cérebro por meio dos nervos sensoriais.
Por exemplo, ao tocar um objeto quente, os receptores da pele detectam o calor e enviam essa informação ao cérebro, resultando na sensação de calor ou dor. Nesse estágio, ainda não há interpretação do que esse estímulo significa — há apenas o registro bruto do impacto sensorial.
Percepção: a construção subjetiva da realidade
A percepção, por sua vez, é um processo mais complexo. Ela envolve a interpretação dos estímulos sensoriais pelo sistema nervoso central, integrando informações anteriores, experiências, memória, atenção e aspectos emocionais. Em outras palavras, a percepção é uma construção subjetiva da realidade baseada na organização dos dados sensoriais.
Cada indivíduo percebe o mundo de maneira única, justamente porque a percepção é atravessada por fatores inconscientes, desejos e defesas psíquicas — elementos fundamentais no campo da psicanálise. Assim, duas pessoas podem vivenciar o mesmo estímulo, mas percebê-lo de formas completamente distintas.
Relevância para a psicanálise
Para a psicanálise, especialmente na obra de Freud, os processos sensoriais e perceptivos estão ligados à formação do aparelho psíquico. A maneira como o sujeito percebe o mundo e registra essas impressões no inconsciente tem impacto direto na formação de sintomas, fantasias e no desenvolvimento do ego.
Além disso, a percepção é mediada por filtros inconscientes, que podem distorcer ou recalcar partes da realidade, dando origem a manifestações neuróticas, psicóticas ou perversas. Nesse sentido, compreender a diferença entre sensação (biológica) e percepção (psicológica) permite ao psicanalista identificar como o sujeito organiza sua experiência de mundo e onde ocorrem rupturas ou conflitos psíquicos.