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Sensação e Percepção

Saindo do que se chama "senso comum" e adentrando no campo da ciência da Psicologia, as sensações deixam de ter uma definição com base na experiência vivida, para ter um conceito definido enquanto ciência. Dentro desse contexto a SENSAÇÃO está ligada a SENTIR, e portanto aos Órgãos dos Sentidos. A sensação é direcionada pelos  SENSORES, que nada mais são  do que, NEURÔNIOS ESPECIALIZADOS ou CÉLULAS NEURAIS. Tudo o que experimentamos chega até nós através de nossos ÓRGÃOS SENSORIAIS. Estes são responsáveis por captar estímulos. Logo, pode-se dizer que sensação é o ato de CAPTAR, CONVERTER E TRANSMITIR ESTÍMULOS, através de nossos ÓRGÃOS SENSORIAIS, sendo portanto, a sensação um PROCESSO FISIOLÓGICO. A percepção é tida como um processo cognitivo. É o ponto em que a cognição e a realidade se encontram. Precisamos levar informações para a mente, antes de fazer qualquer coisa com ela. A percepção é um processo complexo que depende do meio ambiente, e do significado que a pessoa que recebe atribui. A percepção é ainda, a organização e interpretação das emoções, e esta é influenciada por diversos fatores como: reconhecimento o objeto por parte do indivíduo, localização do mesmo, atenção, consciência, etc. A percepção não é produzida diretamente pela sensação do estímulo, mas ocorre como produto final da interação entre os estímulos e as hipóteses internas, expectativas e conhecimento. A sensação envolve a estimulação dos órgãos sensoriais. A percepção envolve interpretação dos estímulos sensoriais.

A percepção envolve a interpretação de sensações e lhes oferece sentido e organização. Por outro lado, a sensação se refere às experiências imediatas e básicas produzidas assim que os estímulos penetram em nossos sistemas sensoriais.

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Persio Rodrigues Duarte

A temática da relação entre sensação e percepção constitui-se como um dos pontos nevrálgicos dos estudos sobre aprendizagem na perspectiva da Epistemologia Genética, pois é um dos grandes indicadores que delineiam as sustentações epistemológicas das noções do aprender. Neste artigo nos propusemos fazer uma pequena revisão dos pontos que consideramos importantes, bem como discutir a interlocução entre tais conceitos, considerando que as neurociências e as inovações da psicologia contemporânea têm trazido novas contribuições para o debate e ampliado os horizontes a partir do enfoque piagetiano. A perspectiva metodológica é a de um ensaio no qual se articulam os principais pontos de vista na literatura a um tema específico. Temos partido do princípio de que o termo sensação refere-se à experiência sensorial iniciada por um estímulo externo cuja origem está nos mecanismos biológicos dos sentidos, tais como a audição ou a visão. Diferentemente, a percepção relaciona-se à interpretação que o sistema cognitivo, principalmente o cérebro, tem da sensação recebida ou que ele mesmo é capaz de produzir (GAZZANIGA; IVRY; MANGUNL, 2006). A diferenciação entre sensação e percepção torna-se mais clara quando se evidenciam os dois tipos de percepção mencionadas por Wolfe (2004). Para o autor, podemos ter percepções do tipo botton up (de baixo para cima) e do tipo push down (de cima para baixo). O primeiro tipo refere-se àquelas que se originam a partir de sensações externas, por exemplo, quando em um ambiente frio passamos a tremer. No segundo caso, tratam-se de percepções que temos a partir de um fenômeno interno, tal como sentir frio e tremer em função do medo que surge ao avistar um cachorro na iminência do ataque. Como se vê, é possível que o próprio cérebro crie percepções. Por outro lado, algumas sensações físicas externas sequer são percebidas. Todos os nossos sentidos possuem limiares de disparo, tais como a faixa de frequência em que se capta um som ou o espectro de cores que se pode ver (BEAR; CONNORS; PARADISO, 2002). Todavia, alguns estímulos externos, mesmo dentro da faixa de captação, podem não ser percebidos em função das experiências anteriores e do grau de atenção e motivação do sujeito que é exposto ao fenômeno (WOLFE, 2004).

Assim, entendemos que os estímulos sensoriais nos trazem sensações capazes de ativar uma série de mecanismos de origem orgânica. Todavia, esses mecanismos de input do exterior para o interior não são, necessariamente, assimilados de modo direto. O cérebro, de fato, encontra-se em uma caixa fechada, escura e impermeável (o crânio), praticamente sem acesso à realidade externa. Assim, toda a experiência com que lida ocorre pelo processamento dos dados que recebe. No entanto, essa recepção não é direta, existindo mecanismos de transdução sensorial, isto é, de processos pelos quais nossos sistemas sensoriais convertem a energia do estímulo em mensagens neurais (BEAR et al, 2002). Em resumo, a sensação não chega nua e crua aos processos de pensamento. Ela depende de interpretação, sendo este ato de decodificar o que transforma uma sensação em percepção.

A percepção é algo que não temos base sólida para comprovar , apenaas pelo conhecimento adquirido sabemos, e a sensação vem depois

 

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