Tens de mudar de vida
Citação de ADÉRICA YNIS FERREIRA CAMPOS em outubro 30, 2025, 11:46 pmNesta unidade aprendi que a cultura pode ser entendida como um conjunto de costumes ou práticas compartilhadas por uma sociedade. A cultura é um conjunto de comportamentos aprendidos por alguém, pelo fato de essa pessoa pertencer a uma sociedade. Através da cultura que os seres humanos aprendem a conviver e a habitar o mundo da forma como habitam. A aprendizagem cultural se dá por meio do processo de socialização do sujeito e abarca o desenvolvimento da linguagem e da compreensão de símbolos.
Também aprendi que a personalidade é composta pelos pensamentos, respostas emocionais e comportamentos que são característicos de uma pessoa e organizados de uma forma dinâmica. Por ter essa organização dinâmica, pressupõe-se a existência de um todo coerente (organizado) e não estático, sensível às mudanças e adaptável ao ambiente em que a pessoa está.
É sabido que há uma carga genética determinante na personalidade, entretanto, ainda assim, observa-se que a expressão desses componentes não é fixa, mas sim adaptativa (algumas características, herdadas biologicamente, serão desenvolvidas, enquanto outras não). Essa característica adaptativa diz respeito à noção de que a personalidade vai se desenvolvendo a partir da interação da pessoa com o meio em que está inserida, logo, está relacionada à cultura.
Pude ainda diferenciar sensação e percepção. A sensação pode ser entendida como um processo de detecção de estímulos físicos e de transmissão desses estímulos para o cérebro. Ela compreende o processo pelo qual os cinco sentidos (visão, tato, paladar, olfato e audição) apreendem informações do ambiente. Ou seja, a sensação é o primeiro contato de um estímulo com o organismo. Já a percepção funciona de uma forma um pouco mais complexa. Para perceber algo é necessário que o sujeito analise e interprete aquele estímulo. Sendo assim, a percepção compreende o processamento, a organização e a interpretação de um estímulo sensorial. Pode-se dizer que a percepção é um passo além da sensação, é quando o organismo se relaciona com o meio de uma forma consciente e constrói uma informação útil e significativa sobre aquela experiência.
A percepção é mediada pela cultura em que a pessoa está inserida. Por meio da interação com as pessoas, com os instrumentos, com os símbolos, entre outras construções produzidas por uma cultura, é dessa interação que se produzirá a informação que servirá como referencial quando um determinado indivíduo captar um estímulo e o interpretar.
Considerando tudo isso, me lembrei da obra de Peter Sloterdijk “Tens de mudar de vida” em que ele desenvolve uma reflexão filosófica profunda sobre a ascese — o exercício e o treinamento do homem em busca de superação. O ponto de partida do autor é uma fotografia famosa do alpinista Philipp Reiter escalando uma parede de pedra, que simboliza para Sloterdijk a condição vertical do ser humano: somos seres que vivem tentando elevar-se, aperfeiçoar-se, ir além do dado.
A partir dessa imagem, Sloterdijk propõe uma antropotécnica, isto é, uma teoria das práticas pelas quais o homem se transforma a si mesmo — sejam elas religiosas, artísticas, esportivas, políticas ou espirituais. Ele argumenta que todas as culturas humanas se estruturam em torno de exercícios de autossuperação, e que a modernidade, embora tenha perdido o sentido religioso da ascese, continua presa a suas formas seculares: a busca pelo sucesso, pela produtividade e pelo aperfeiçoamento individual.
O filósofo critica tanto a ideia moderna de progresso automático quanto a passividade espiritual do homem contemporâneo. Para ele, viver autenticamente é aceitar o chamado ético e existencial contido na frase que dá título ao livro — “Tens de mudar de vida” — extraída de um poema de Rilke. Esse imperativo é o despertar da consciência para a necessidade de transformação e responsabilidade diante de si mesmo e do mundo.
Assim, a obra é uma espécie de filosofia do exercício e da autotranscendência, na qual Sloterdijk propõe uma nova ética do esforço, substituindo a obediência religiosa pela prática consciente de cultivo de si. Trata-se de um convite a repensar o humano como um ser em constante treino — não para alcançar um além-mundo, mas para reinventar sua própria existência.
Então acredito que o homem não deve ficar preso às influências culturais, ele deve procurar superar o meio, superar os limites que lhe condicionam, tem de procurar a todo instante fazer a diferença, tornar-se significativo, para que tenha uma existência rica e contribua para a transformação do mundo. Sim, todos nós temos de mudar de vida.
Nesta unidade aprendi que a cultura pode ser entendida como um conjunto de costumes ou práticas compartilhadas por uma sociedade. A cultura é um conjunto de comportamentos aprendidos por alguém, pelo fato de essa pessoa pertencer a uma sociedade. Através da cultura que os seres humanos aprendem a conviver e a habitar o mundo da forma como habitam. A aprendizagem cultural se dá por meio do processo de socialização do sujeito e abarca o desenvolvimento da linguagem e da compreensão de símbolos.
Também aprendi que a personalidade é composta pelos pensamentos, respostas emocionais e comportamentos que são característicos de uma pessoa e organizados de uma forma dinâmica. Por ter essa organização dinâmica, pressupõe-se a existência de um todo coerente (organizado) e não estático, sensível às mudanças e adaptável ao ambiente em que a pessoa está.
É sabido que há uma carga genética determinante na personalidade, entretanto, ainda assim, observa-se que a expressão desses componentes não é fixa, mas sim adaptativa (algumas características, herdadas biologicamente, serão desenvolvidas, enquanto outras não). Essa característica adaptativa diz respeito à noção de que a personalidade vai se desenvolvendo a partir da interação da pessoa com o meio em que está inserida, logo, está relacionada à cultura.
Pude ainda diferenciar sensação e percepção. A sensação pode ser entendida como um processo de detecção de estímulos físicos e de transmissão desses estímulos para o cérebro. Ela compreende o processo pelo qual os cinco sentidos (visão, tato, paladar, olfato e audição) apreendem informações do ambiente. Ou seja, a sensação é o primeiro contato de um estímulo com o organismo. Já a percepção funciona de uma forma um pouco mais complexa. Para perceber algo é necessário que o sujeito analise e interprete aquele estímulo. Sendo assim, a percepção compreende o processamento, a organização e a interpretação de um estímulo sensorial. Pode-se dizer que a percepção é um passo além da sensação, é quando o organismo se relaciona com o meio de uma forma consciente e constrói uma informação útil e significativa sobre aquela experiência.
A percepção é mediada pela cultura em que a pessoa está inserida. Por meio da interação com as pessoas, com os instrumentos, com os símbolos, entre outras construções produzidas por uma cultura, é dessa interação que se produzirá a informação que servirá como referencial quando um determinado indivíduo captar um estímulo e o interpretar.
Considerando tudo isso, me lembrei da obra de Peter Sloterdijk “Tens de mudar de vida” em que ele desenvolve uma reflexão filosófica profunda sobre a ascese — o exercício e o treinamento do homem em busca de superação. O ponto de partida do autor é uma fotografia famosa do alpinista Philipp Reiter escalando uma parede de pedra, que simboliza para Sloterdijk a condição vertical do ser humano: somos seres que vivem tentando elevar-se, aperfeiçoar-se, ir além do dado.
A partir dessa imagem, Sloterdijk propõe uma antropotécnica, isto é, uma teoria das práticas pelas quais o homem se transforma a si mesmo — sejam elas religiosas, artísticas, esportivas, políticas ou espirituais. Ele argumenta que todas as culturas humanas se estruturam em torno de exercícios de autossuperação, e que a modernidade, embora tenha perdido o sentido religioso da ascese, continua presa a suas formas seculares: a busca pelo sucesso, pela produtividade e pelo aperfeiçoamento individual.
O filósofo critica tanto a ideia moderna de progresso automático quanto a passividade espiritual do homem contemporâneo. Para ele, viver autenticamente é aceitar o chamado ético e existencial contido na frase que dá título ao livro — “Tens de mudar de vida” — extraída de um poema de Rilke. Esse imperativo é o despertar da consciência para a necessidade de transformação e responsabilidade diante de si mesmo e do mundo.
Assim, a obra é uma espécie de filosofia do exercício e da autotranscendência, na qual Sloterdijk propõe uma nova ética do esforço, substituindo a obediência religiosa pela prática consciente de cultivo de si. Trata-se de um convite a repensar o humano como um ser em constante treino — não para alcançar um além-mundo, mas para reinventar sua própria existência.
Então acredito que o homem não deve ficar preso às influências culturais, ele deve procurar superar o meio, superar os limites que lhe condicionam, tem de procurar a todo instante fazer a diferença, tornar-se significativo, para que tenha uma existência rica e contribua para a transformação do mundo. Sim, todos nós temos de mudar de vida.
