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A constituição do eu, segundo Freud; Personalidade, Psicanálise; Id, ego e superego

A constituição do eu

O eu inicia sua constituição, quando o bebê nasce. No início o bebê tem sensações confusas e desordenadas. Aos poucos, passa a perceber o corpo, seu contorno, seu interior e sua imagem corporal, distinguindo assim, o que é dele ou do ambiente. As percepções no corpo trazem noção de interior e da superfície. A interação com a mãe, tem influência na formação de sua autoimagem. As exigências pulsionais não satisfeitas, após o nascimento, causam uma ruptura no eu, que irá se desenvolver, continuamente, em torno dessa ruptura, onde permanecerá inacessível, devido ao trauma , abrigando sintomas e fantasias. Em seu 1º estágio, o bebê é narcísico. No 2º estágio, pode distinguir o objeto que é real, do objeto/imagem, que está na memória. O eu se forma pela modificação do Id no contato com a realidade, pelas identificações que tomam o lugar das catexias abandonadas. Todas as experiências iniciais são fixadas na memória. O narcisismo primário tem sua localização anterior à constituição do eu, vida intrauterina. O eu-ideal surge pelo olhar do outro. O narcisismo secundário ocorre quando a libido investida no objeto desejado, não atinge o objetivo e volta ao eu. A criança se vê diante do ideal de eu projetado pelos pais.

Personalidade

A personalidade é formada pelos sistemas: Id, ego e superego.

O Id é a estrutura original da personalidade. É caótico, desorganizado e sem forma, sede das paixões selvagens. Seu conteúdo é inconsciente, impulsivo, sem limites, cego, busca o prazer a todo custo. Seus desejos são contraditórios e convivem paralelamente. Dele emanam as pulsões por satisfação pessoal, de forma irracional, egoísta, sem inibições e não tolera frustrações. É o mais inconsciente e está na parte mais profunda do aparelho psíquico. É o Isso, de Freud.

O Ego se desenvolve a partir do Id, à medida em que o bebê vai percebendo a realidade, e depende do Id, de onde vem sua energia. Controla as exigências do Id, é responsável pelo relacionamento com o mundo externo, busca o prazer e evita o desprazer. Ele busca estabilizar as demandas do Id e superego, pois intermedia a ambos. É responsável pela segurança e pela sanidade da psique. É lógico, racional e executivo da personalidade.

O Superego surge a partir do ego e atua como juiz das ações e pensamentos do ego e impede a passagem dos impulsos do id. É o último dos sistemas a se desenvolver, e detém a força moral, normas e valores, seguindo os padrões morais dos pais, como seu sistema de punições e recompensas. Seu desenvolvimento ocorre na fase fálica, durante o Complexo de Édipo. Objetiva mais a perfeição do que o prazer.

As três instâncias estão em constante comunicação entre si.

A personalidade se desenvolve em cinco estágios: Fase oral, Fase anal, Fase fálica, Latência e genital.

A criança enfrenta os conflitos relativos aos seus impulsos e às demandas sociais. Conflitos não resolvidos em determinada fase, a fixarão neste estágio, caracterizando a personalidade adulta. O ego exclui os conteúdos que causam desprazer, alterando a percepção da realidade, gerando fantasia. O ego utiliza a repressão, regressão, deslocamento, racionalização, negação, projeção, sublimação e formação reativa para encobrir a ansiedade. Esses mesmos mecanismos são utilizados pelas pessoas, e quando usados em excesso, geram as neuroses.

Psicanálise

A Psicanálise é um método particular de psicoterapia, pautado na investigação do inconsciente, com a associação livre pelo paciente e interpretação de um psicanalista.

É uma abordagem, um método terapêutico, um sistema de pensamento, um modo de transmissão e construção de saber (análise didática e supervisão).

Ressonâncias entre Freud e Damásio

O ser humano está distante da realidade ideal no contexto social e assim, a cada dia, tem mais problemas de saúde mental.

As Neurociências vem buscando soluções para esses problemas e se divide em duas correntes: uma, visa a abordagem neurológica, a outra, tem abordagem neurobiológica.

Na Psicanálise de Freud vimos que:

A endo consistência do Eu da psicanálise, provém da relação entre o Eu-real, Eu-prazer, Eu-ideal, ideal de Eu e Eu-corporal.

A exoconsistência refere-se às relações entre Eu e Isso, Eu e Supereu, Eu e Pré-consciente/consciente, Eu e Inconsciente.

Já, o Self de Damásio, é formado por: Self neural ou Protosself, Self central e Self autobiográfico, que estão inseridos na consciência ampliada.

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Freud dá uma dimensão da constituição do sujeito e da complexidade  formação do eu como individuo "real"

Freud dá uma dimensão da constituição do sujeito e da complexidade  formação do eu como individuo "real"

A constituição do eu se inicia quando o bebê nasce e ocorre o processo de diferenciação do eu, do outro, do mundo externo, é o que Freud chamou de princípio de alteridade. Nessa fase começa a ser formado o psiquismo, onde o eu se encontra em um estado de desamparo inicial, pois perdeu o objeto original. O primeiro amor da criança é pela pessoa que a cuida, que se preocupa com a sua alimentação, é nessa fase que ocorre o narcisismo primário, e é a partir daí que surge o eu ideal, onde o id e o eu são indiferenciáveis. O eu então surge pelo olhar do outro, que facilita a percepção de si mesmo, da sua auto imagem. Entretanto, esse excesso de amor favorece o represamento da libido no eu e a vida psíquica se vê forçada a ultrapassar as fronteiras do narcisismo e direciona a libido para os objetos, surgindo assim o narcisismo secundário, tornando a evolução do eu mais complexa, pois a criança abandona o eu ideal para se assemelhar ao ideal de eu, isto é, ser o filho perfeito para os pais, ser aquele filho que os pais desejariam ser ou que já foram. Essa movimentação da libido sobre si mesma é o narcisismo que é referido pela psicanálise - abordagem terapêutica fundada por Freud, que estabelece seus pilares: o inconsciente, o complexo de édipo, a resistência, o recalque e a sexualidade. O inconsciente é a instância que a consciência não conhece, é formado por conteúdos recalcados, podendo vir à tona por meio de sonhos, atos falhos, lapsos, jogo de palavras e onde estão também as pulsões. Na psicanálise, a personalidade é formada por três instâncias: id, ego e supergo, sendo que o id é o sistema que deu origem à personalidade, é a instância do inconsciente, onde se localizam as pulsões, os instintos, os desejos. O id é regido pelo princípio do prazer e a satisfação imediata do desejo, enquanto que o ego representa a realidade e irá decidir quais instintos serão satisfeitos, e o superego é o último a se desenvolver, se assemelha a um juiz do ego e representa as normas e os valores. A personalidade se desenvolve em cinco estágios: oral, anal, fálico, latência e genital. Durante o processo de desenvolvimento da personalidade, o indivíduo utiliza mecanismos de defesa para lidar com os conflitos gerados pelo enfrentamento da realidade, alguns desses mecanismos são: repressão, regressão, deslocamento, racionalização, negação, projeção, sublimação e formação reativa. Entretanto, se esses mecanismos forem utilizados em excesso, poderá surgir um transtorno mental produzido pela ansiedade, o que Freud chamou de "neurose".

 

A principal ideia argumentativa que rege, tanto Freud e Damásio, é que o corpo é a referência fundamental para o entendimento do que são o sentimento e a experiência de si que Freud chama de "eu" e que o neurocientista chama de self, guardadas as devidas diferenças entre os dois e ressaltando aproximações e ressonâncias teóricas possíveis entre os campos em questão.

Considerando que "a incitação para formar o ideal do eu, cuja tutela se confia à consciência moral, partiu da influência crítica dos pais" (Freud, 1914/1989, p. 92), deve-se apontar que a formação do ideal do eu é a condição do mecanismo de repressão. Um problema teórico que deve ser destacado é o modo como o fundamento de que o pré-consciente é o agente da repressão - como visto na tópica de 1900 - torna-se frágil devido ao fato de Freud começar a retirar o caráter tópico dos sistemas pré-consciente, consciente e inconsciente, atribuindo-lhes a função de qualidades psíquicas. Tal questão pode ser atribuída à retomada do conceito de eu na década de 1910 em sua relação com o conceito de narcisismo e a constatação da importância do papel dos processos inconscientes na base do mecanismo de repressão.

Acredito que o ser humano se constrói através das suas experiências, mas a construção do ''EU'' se dá no momento que o ser se descobre como pessoa e ser humano único, e que os pais são apenas os genitores.