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A ERA SOMBRIA - RESUMO

Desde o Martírio de Paulo, 68 a.D. Até à Morte de João, 100 a.D.

À última geração do primeiro século, a que vai do ano 68 a 100, chamamos de "Era Sombria", em razão de as trevas da perseguição estarem sobre a igreja, e também porque de todos os períodos da História é o que menos conhecemos.

Após o desaparecimento de Paulo, durante um período de cerca de cinquenta anos uma cortina pende sobre a igreja. cerca do ano 120, nos registros feitos pelos "Pais da Igreja", deparamos com uma igreja em vários aspectos, muito diferente da igreja apostólica dos dias de Pedro e de Paulo. A queda de Jerusalém no ano 70 impôs grande transformação nas relações existentes entre cristãos e judeus. De todas as províncias dominadas pelo governo de Roma, a única descontente e rebelde era a Judéia.

Por volta de 66, os judeus rebelaram-se, abertamente, apesar de não terem, desde o início, condição de vencer. Após prolongado cerco, agravado pela fome e pela guerra civil dentro dos muros, a cidade de Jerusalém foi tomada e destruída pelos exércitos romanos. A nação judaica, depois de treze séculos de existência, foi assim destruída. Sua restauração deu-se no dia 15 de maio de 1948. Na queda de Jerusalém morreram poucos cristãos. destruição da cidade foi que pôs fim, para sempre, nas relações entre o Judaísmo e o Cristianismo.

Cerca do ano 90, o cruel e indigno imperador Domiciano iniciou a segunda perseguição imperial aos cristãos. Nessa época, João, o último dos apóstolos, que vivia na cidade de Éfeso, foi preso e exilado na ilha de Patmos, no Mar Egeu. Foi em Patmos que João recebeu a revelação que compõe o livro do Apocalipse. É provável que João tenha morrido em Éfeso por volta do ano 100.

durante esse período que se escreveram os últimos livros do Novo Testamento — Hebreus e talvez a Segunda epístola de Pedro, as três epístolas e o evangelho de João, epístola de Judas e o Apocalipse.

No início do segundo século, os cristãos já estavam radicados em todas as nações e em quase todas as cidades, desde o Tibre ao Eufrates, desde o Mar Negro até ao norte da África, e alguns crêem que se estendia até a Espanha e Inglaterra, no Ocidente.

No final do primeiro século, as doutrinas ensinadas pelo apóstolo Paulo na epístola aos Romanos eram aceitas por toda a igreja, como regra de fé. Os ensinos de Pedro e João, exarados nas respectivas epístolas, concordam com os de Paulo.

O batismo, principalmente por imersão, era o rito de iniciação na igreja em toda parte. Contudo, no ano 120 aparecem menções do costume de batismo por aspersão.

O dia do Senhor agora o primeiro dia da semana pouco a pouco tomava o lugar do sétimo. A Ceia do Senhor era observada universalmente. A Ceia, no início, era celebrada no lar, assim como a páscoa, da qual se originou. Entretanto, nas igrejas gentílicas apareceu o costume de celebrar-se uma reunião da igreja como se fosse uma ceia qualquer, para a qual cada membro levava a própria provisão.

O reconhecimento do domingo da ressurreição como aniversário da ressurreição de Cristo fora sancionado e aumentava dia a dia; contudo, nessa época ainda não era de guarda universal. O último sobrevivente dos apóstolos foi João, que morou na cidade de Éfeso até ao ano 100. Não se lê em nenhum documento que houvesse sucessores para o cargo de apóstolo.

No livro dos Atos dos Apóstolos e nas últimas epístolas, os títulos anciãos (presbíteros) e bispos são mencionados como se fossem aplicados alternadamente à mesma pessoa. No entanto, no fim do primeiro século aumentava a tendência de elevar os bispos, acima de seus companheiros. O plano das reuniões nas assembléias cristãs era uma derivação das reuniões das sinagogas judaicas, Liam-se as Escrituras do Antigo Testamento e porções das cartas apostólicas, os evangelhos; os salmos da Bíblia e os hinos cristãos eram cantados; as orações diferiam das que se faziam nas sinagogas, porque nas assembléias cristãs eram espontâneas; o uso da palavra era oferecido, sem restrições, aos irmãos visitantes. No final das reuniões era frequente participarem da Ceia do Senhor.