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A EXPANSÃO DA IGREJA

Desde a Pregação de Estêvão, 35 a.D. Até ao Concílio de Jerusalém, 50 a.D. Entramos agora em uma época da história da igreja cristã, que, apesar de curta — apenas quinze anos — é de alta significação. Nessa época decidiu-se a importantíssima questão: se o Cristianismo devia continuar como uma obscura seita judaica, ou se devia transformar-se em igreja cujas portas permanecessem para sempre abertas a todo o mundo. os membros da igreja agora não eram exclusivamente judeus; em alguns casos predominavam os gentios.

Na igreja de Jerusalém surgiu uma queixa contra o critério adotado na distribuição de auxílios aos pobres, pois as famílias dos judeus-gregos ou helenistas eram prejudicadas. Os apóstolos convocaram a igreja e propuseram a escolha de uma comissão de sete homens para cuidarem dos assuntos de ordem material.

Entre aqueles que ouviram a defesa de Estêvão, e que se encolerizaram estava um jovem de Tarso, cidade das costas da Ásia Menor, chamado Saulo. Saulo participou do apedrejamento de Estêvão, e logo a seguir fez-se chefe de terrível e obstinada perseguição contra os discípulos de Cristo. A igreja em Jerusalém dissolveu-se nessa ocasião, e seus membros dispersaram-se por vários lugares.

Na lista dos sete nomes escolhidos para administrarem os bens da igreja, além de Estêvão, encontramos também Filipe, um dos doze apóstolos. Depois da morte de Estêvão, Filipe refugiou-se entre os samaritanos, um povo misto, que não era judeu nem gentio, e por isso mesmo desprezado pelos judeus.

Em uma de suas viagens relacionadas com a inspeção da igreja, Pedro chegou a Jope, cidade situada no litoral. Ali, Tabita ou Dorcas foi ressuscitada. Pedro foi a Cesaréia sob a direção do Espírito, pregou o evangelho a Cornélio e aos que estavam em sua casa, e os recebeu na igreja mediante o batismo.

Na perseguição iniciada com a morte de Estêvão, a igreja em Jerusalém dispersou-se por toda parte. Alguns de seus membros fugiram para Damasco; outros foram para Antioquia da Síria, distante cerca de 480 quilômetros. Em Antioquia os fugitivos frequentavam as sinagogas judaicas e davam seu testemunho de Jesus, como sendo o Messias. Em todas as sinagogas havia um local separado para os adoradores gentios; muitos destes ouviram o evangelho em Antioquia e aceitaram a fé em Cristo.

Quando as notícias desses fatos chegaram a Jerusalém, a igreja ficou alarmada e enviou um representante para examinar as relações dos judeus com os gentios. Felizmente, e para o bem de todos, a escolha do representante recaiu sobre Barnabé. Barnabé viajou para Tarso, cerca de 160 quilómetros de
distância, trouxe consigo para Antioquia a Paulo, e fê-lo seu companheiro na obra do evangelho. A igreja em Antioquia, com esses reforços, elevou-se a tal proeminência, que ali, pela primeira vez, os seguidores de Cristo foram chamados "cristãos".

Até então, os membros gentios da igreja eram somente aqueles que espontaneamente a procuravam. Daí em diante, sob a direção do Espírito Santo e de acordo com os anciãos, os dois dirigentes de maior destaque na igreja de Antioquia foram enviados em missão evangelizadora a outras terras, pregando tanto para judeus como para gentios.

Em todas as sociedades ou comunidades organizadas, há sempre duas classes de pessoas: os conservadores, olhando para o passado; e os progressistas, olhando para o futuro. Assim aconteceu naqueles dias. Os elementos ultrajudeus da igreja sustentavam que não podia haver salvação fora de Israel. Por essa razão, diziam, todos os discípulos gentios deviam ser circuncidados e observar a lei judaica.

Entretanto os mestres progressistas, encabeçados por Paulo e Barnabé, declaravam que o evangelho era para os judeus e para os gentios, sobre a mesma base da fé em Cristo, sem levar em conta as leis judaicas.