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A fromação do eu e da imagem

No começo estava o corpo, bem como no fim ele estará. Nascemos como corpo biológico e assim morreremos. De fato, quando alguém morre, surge a pergunta: onde está o corpo?(e não onde está Fulano?). Entre estes dois extremos – o nascimento e a morte – há um longo trajeto que todo ser humano deve percorrer, a fim de, além de ser corpo, constituir um eu. Nesta constituição existe um "processo de desenvolvimento que, se não pode ser demonstrado, pode ser construído.'' "O eu", no entanto, afirma Freud, "é, primeiro e acima de tudo, um eu corporal; não é simplesmente uma entidade de superfície, mas é ele próprio a projeção de uma superfície.''

Como é sabido, de início, o recém-nascido não distingue os limites de seu próprio corpo; as sensações internas e externas se confundem. Progressivamente, ele vai definindo a superfície de seu corpo, seu interior, o que é parte dele e o que pertence ao mundo externo, construindo assim seu esquema e sua imagem corporal. Nesta construção progressiva, seu eu vai ser constituído, sempre num processo que, por ser dialético, implica dois opostos: ele próprio e o outro.