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A IGREJA ENTRE OS GENTIOS

Desde o Concílio de Jerusalém, 50 a.D. Até ao Martírio de Paulo, 68 a.D.

Por decisão do concílio realizado em Jerusalém, a igreja ficou com liberdade para iniciar uma obra de maior vulto, destinada a levar todas as pessoas, de todas as raças, e de todas as nações para o reino de Jesus Cristo.

Para tomarmos conhecimento do que ocorreu durante os vinte anos seguintes ao concílio de Jerusalém, dependemos do livro dos Atos dos Apóstolos, das epístolas do apóstolo Paulo, e talvez do primeiro versículo da Primeira Epístola de Pedro, que possivelmente se refere a países talvez visitados por ele.

Durante aqueles anos, três dirigentes se destacaram na igreja. O mais conhecido foi Paulo, o viajante incansável, o obreiro indômito, o fundador de igrejas e o eminente teólogo. Depois de Paulo, aparece Pedro cujo nome apenas consta dos registros, porém foi reconhecido por Paulo como uma das "colunas".

O terceiro dos grandes nomes dessa época foi Tiago, um irmão mais moço do Senhor, e dirigente da igreja de Jerusalém. Tiago era fiel conservador dos costumes udaicos. Era reconhecido como dirigente dos judeus cristãos; todavia não se opunha a que o evangelho fosse pregado aos gentios.

A terceira viagem missionária de Paulo foi tão longa quanto a segunda, exceto os 480 quilômetros entre Jerusalém e Antioquia. Seus resultados mais evidentes foram a igreja de Éfeso e duas das suas mais importantes epístolas, uma à igreja em Roma, expondo os princípios do evangelho de acordo com a sua própria maneira de pregar, e outra aos Gálatas dirigida às igrejas que estabelecera na primeira viagem, onde os mestres judaizantes haviam pervertido muitos discípulos.

Durante mais de cinco anos, após sua prisão, Paulo esteve prisioneiro; algum tempo em Jerusalém, três anos em Cesaréia e pelo menos dois anos em Roma. Podemos considerar a acidentada viagem de Cesaréia a Roma, como a quarta viagem de Paulo, pois, mesmo preso, era ele um intrépido missionário que aproveitava todas as oportunidades para anunciar o evangelho de Cristo.

Finalmente Paulo chegou a Roma, a cidade que durante muitos anos foi o alvo de seu trabalho e esperança. Apesar de se tratar de um preso à espera de julgamento, contudo a Paulo foi permitido viver em casa alugada, acorrentado a um soldado. O esforço principal de Paulo, ao chegar a Roma, foi evangelizar os judeus, tendo para esse fim convocado seus compatriotas para uma reunião que durou o dia inteiro.

seu maior trabalho realizado em Roma foi a composição de quatro epístolas, que se contam entre os melhores tesouros da igreja. As epístolas foram as seguintes: Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. Há motivos para crer que após dois anos de prisão, Paulo foi absolvido e posto em liberdade.

No ano 64 uma grande parte da cidade foi destruída por um incêndio. Diz-se que foi Nero, o pior de todos os imperadores romanos, quem ateou fogo à cidade. Contudo essa acusação ainda é discutível. Entretanto a opinião pública responsabilizou Nero por esse crime. A fim de escapar dessa responsabilidade, Nero apontou os cristãos como culpados do incêndio de Roma, e moveu contra eles tremenda perseguição.

Milhares de cristãos foram torturados e mortos, entre os quais se conta o apóstolo Pedro, que foi crucificado no ano 67, e bem assim o apóstolo Paulo, que foi decapitado no ano 68.