A Igreja Imperial
Citação de Veronilton Paz da Silva em março 8, 2023, 12:17 amLogo após haver sido o Cristianismo elevado à condição de religião do Império Romano, uma nova capital foi escolhida, construída e estabelecida como sede da autoridade do Império. O imperador Constantino compreendeu que a cidade de Roma estava intimamente ligada à adoração pagã, cheia templos e estátuas, e o povo inclinado à antiga forma de adoração. Os imperadores possuíam agora poderes ilimitados, e Constantino desejava uma capital sem os laços da tradição, uma capital sob os auspícios da nova religião. Na nova capital não havia templos dedicados aos ídolos, porém não tardou que se edificassem várias igrejas. A maior de todas ficou conhecida como a de Santa Sofia, "Sabedoria Sagrada". Logo depois da fundação da nova capital, deuse a divisão do império. As fronteiras eram demasiado extensas e o perigo de invasão dos bárbaros era tão grande, que um imperador sozinho já não podia proteger seus vastos domínios.
Um dos fatos mais notáveis da História foi a rápida transformação de um vasto império, de pagão que era, para cristão. Constantino era tolerante, tanto por temperamento como por motivos políticos, apesar de ser enfático no reconhecimento da religião cristã. Entretanto, os sucessores de Constantino mostraram-se intolerantes. A conversão dos pagãos crescia rapidamente, demasiado rapidamente, para o bem-estar da igreja. Contudo, os primeiros imperadores cristãos que sucederam a Constantino procuraram acelerar ainda mais o movimento de conversões, mediante uma série de leis drásticas e opressoras. Muitos templos pagãos já tinham sido dedicados ao Cristianismo; e depois de alguns anos, foi ordenado que aqueles que ainda restavam fossem demolidos a não ser que se considerassem úteis para a adoração cristã.
Logo que o longo conflito do Cristianismo com o paganismo terminou em vitória daquele, surgiu uma nova luta, uma guerra no campo do pensamento, uma série de controvérsias dentro da igreja, acerca de doutrinas. A primeira controvérsia apareceu por causa da doutrina da Trindade, especialmente em relação ao Pai e ao Filho. Ário, presbítero de Alexandria, mais ou menos no ano 318, defendeu a doutrina que considerava Jesus Cristo como superior à natureza humana, porém inferior a Deus; não admitia a existência eterna de Cristo; pregava que Cristo teve princípio. Atanásio, também de Alexandria. Atanásio afirmava a unidade do Filho com o Pai, a divindade de Cristo e sua existência eterna. Alexandria, onde morreu no ano 373. Suas idéias, muito depois de sua morte, foram vitoriosas e aceitas por toda a igreja, tanto no Oriente como no Ocidente.
Posteriormente apareceu outro cisma acerca da natureza de Cristo. Apolinário, bispo de Laodicéia (ano 360), declarou que a natureza divina tomou o lugar da natureza humana de Cristo. A heresia apolinária foi condenada pelo Concílio de Constantinopla, no ano 381, o que deu motivo a Apolinário afastar-se da igreja. A única controvérsia prolongada desse período, surgida na igreja ocidental, foi a que dizia respeito ao pecado e à salvação. Teve origem com Pelágio, monge que foi da Grã?Bretanha para Roma, cerca do ano 410. Sua doutrina declarava que nós não herdamos as tendências pecaminosas de Adão mas que a alma faz a sua própria escolha, seja para pecar, seja para viver retamente. Contra essa idéia surgiu, então, o maior intelecto da história do Cristianismo, depois do apóstolo Paulo, o poderoso Agostinho, que sustentava que Adão representava toda a raça humana, que no pecado de Adão todos os homens pecaram e são pecadores e todo o gênero humano é considerado culpado. Que o homem não pode aceitar a salvação unicamente por sua própria escolha, mas somente pela vontade de Deus, o qual é quem escolhe aqueles que devem ser salvos.
A teologia de Agostinho tornou-se a regra ortodoxa da igreja. Somente mais tarde, nos tempos modernos, na Holanda, sob a orientação de Armínio (ano de 1600), e no século dezoito com João Wesley, é que a igreja se afastou do sistema doutrinário agostiniano. Enquanto esses movimentos de controvérsias se agitavam, iniciava-se outro grande movimento que alcançou imensas proporções na Idade Média: o nascimento do espírito monástico. Depois que o Cristianismo se impôs e dominou em todo o império, o mundanismo penetrou na igreja e fez prevalecer seus costumes Na primitiva história cristã podem encontrar-se casos de vida solitária. Entretanto, o fundador do monasticismo foi Antão, no ano 320, viveu sozinho durante muitos anos em uma caverna. Foi assim que muitos o imitaram e se retiraram para as cavernas do norte do Egito. Uma forma peculiar de ascetismo foi adotada pelos santos das colunas. O iniciador desse sistema foi Simão, ou Simeão Estilita. Milhares de pessoas seguiram-lhe o exemplo, de modo que a Síria teve muitos santos dos pilares ou colunas.
Logo após haver sido o Cristianismo elevado à condição de religião do Império Romano, uma nova capital foi escolhida, construída e estabelecida como sede da autoridade do Império. O imperador Constantino compreendeu que a cidade de Roma estava intimamente ligada à adoração pagã, cheia templos e estátuas, e o povo inclinado à antiga forma de adoração. Os imperadores possuíam agora poderes ilimitados, e Constantino desejava uma capital sem os laços da tradição, uma capital sob os auspícios da nova religião. Na nova capital não havia templos dedicados aos ídolos, porém não tardou que se edificassem várias igrejas. A maior de todas ficou conhecida como a de Santa Sofia, "Sabedoria Sagrada". Logo depois da fundação da nova capital, deuse a divisão do império. As fronteiras eram demasiado extensas e o perigo de invasão dos bárbaros era tão grande, que um imperador sozinho já não podia proteger seus vastos domínios.
Um dos fatos mais notáveis da História foi a rápida transformação de um vasto império, de pagão que era, para cristão. Constantino era tolerante, tanto por temperamento como por motivos políticos, apesar de ser enfático no reconhecimento da religião cristã. Entretanto, os sucessores de Constantino mostraram-se intolerantes. A conversão dos pagãos crescia rapidamente, demasiado rapidamente, para o bem-estar da igreja. Contudo, os primeiros imperadores cristãos que sucederam a Constantino procuraram acelerar ainda mais o movimento de conversões, mediante uma série de leis drásticas e opressoras. Muitos templos pagãos já tinham sido dedicados ao Cristianismo; e depois de alguns anos, foi ordenado que aqueles que ainda restavam fossem demolidos a não ser que se considerassem úteis para a adoração cristã.
Logo que o longo conflito do Cristianismo com o paganismo terminou em vitória daquele, surgiu uma nova luta, uma guerra no campo do pensamento, uma série de controvérsias dentro da igreja, acerca de doutrinas. A primeira controvérsia apareceu por causa da doutrina da Trindade, especialmente em relação ao Pai e ao Filho. Ário, presbítero de Alexandria, mais ou menos no ano 318, defendeu a doutrina que considerava Jesus Cristo como superior à natureza humana, porém inferior a Deus; não admitia a existência eterna de Cristo; pregava que Cristo teve princípio. Atanásio, também de Alexandria. Atanásio afirmava a unidade do Filho com o Pai, a divindade de Cristo e sua existência eterna. Alexandria, onde morreu no ano 373. Suas idéias, muito depois de sua morte, foram vitoriosas e aceitas por toda a igreja, tanto no Oriente como no Ocidente.
Posteriormente apareceu outro cisma acerca da natureza de Cristo. Apolinário, bispo de Laodicéia (ano 360), declarou que a natureza divina tomou o lugar da natureza humana de Cristo. A heresia apolinária foi condenada pelo Concílio de Constantinopla, no ano 381, o que deu motivo a Apolinário afastar-se da igreja. A única controvérsia prolongada desse período, surgida na igreja ocidental, foi a que dizia respeito ao pecado e à salvação. Teve origem com Pelágio, monge que foi da Grã?Bretanha para Roma, cerca do ano 410. Sua doutrina declarava que nós não herdamos as tendências pecaminosas de Adão mas que a alma faz a sua própria escolha, seja para pecar, seja para viver retamente. Contra essa idéia surgiu, então, o maior intelecto da história do Cristianismo, depois do apóstolo Paulo, o poderoso Agostinho, que sustentava que Adão representava toda a raça humana, que no pecado de Adão todos os homens pecaram e são pecadores e todo o gênero humano é considerado culpado. Que o homem não pode aceitar a salvação unicamente por sua própria escolha, mas somente pela vontade de Deus, o qual é quem escolhe aqueles que devem ser salvos.
A teologia de Agostinho tornou-se a regra ortodoxa da igreja. Somente mais tarde, nos tempos modernos, na Holanda, sob a orientação de Armínio (ano de 1600), e no século dezoito com João Wesley, é que a igreja se afastou do sistema doutrinário agostiniano. Enquanto esses movimentos de controvérsias se agitavam, iniciava-se outro grande movimento que alcançou imensas proporções na Idade Média: o nascimento do espírito monástico. Depois que o Cristianismo se impôs e dominou em todo o império, o mundanismo penetrou na igreja e fez prevalecer seus costumes Na primitiva história cristã podem encontrar-se casos de vida solitária. Entretanto, o fundador do monasticismo foi Antão, no ano 320, viveu sozinho durante muitos anos em uma caverna. Foi assim que muitos o imitaram e se retiraram para as cavernas do norte do Egito. Uma forma peculiar de ascetismo foi adotada pelos santos das colunas. O iniciador desse sistema foi Simão, ou Simeão Estilita. Milhares de pessoas seguiram-lhe o exemplo, de modo que a Síria teve muitos santos dos pilares ou colunas.