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Caminho de navegação do fórum - Você está aqui:FórumMestrado Livre em Teologia: História da Igreja CristãA Igreja Imperial
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A Igreja Imperial

Observamos que a cidade de Roma foi suplantada por Constantinopla em sua posição de capital política do mundo. o bispo de Roma, que já se chamava papa, reclamava o trono de autoridade sobre todo o mundo cristão, e insistia em ser reconhecido como cabeça da igreja em toda a Europa ao oeste do Mar Adriático. A semelhança da igreja com o império, como organização, fortalecia a tendência da nomeção de um cabeça. os bispos governavam as igrejas Qual o bispo que deve exercer na igreja a autoridade que o imperador exerce no império? Os bispos que dirigiam igrejas em certas cidades eram chamados "metropolitanos" e mais tarde "patriarcas". O bispo de Roma tomou o título de "pai", que mais tarde foi modificado para papa.

 

Roma reclamava para si autoridade apostólica. A igreja de Roma era a única que declarava poder mencionar o nome de dois apóstolos como fundadores Pedro e Paulo. Argumentavam da seguinte forma: Se Pedro foi o chefe da igreja, então seus sucessores, os papas de Roma, devem continuar a exercer a mesma autoridade. A organização da igreja de Roma e bem assim seus dirigentes primitivos defendiam fortemente essas afirmações, a igreja de Roma apresentava um Cristianismo prático. Nenhuma outra igreja a sobrepujava no cuidado para com os pobres, não só entre seus membros, mas também entre os pagãos, nas ocasiões em que se manifestava a peste e a fome. A transferência da capital de Roma para Constantinopla, longe de diminuir a influência do bispo ou papa romano, fê-la aumentar consideravelmente. A Europa inteira sempre olhara para Roma com certa reverência. Foi assim que em todo o Ocidente o bispo de Roma, ou papa, chefe da igreja em Roma, começou a ser considerado como a autoridade principal de toda a igreja.

 

A queda do Império Romano Ocidental. No reinado de Constantino, aparentemente o reino parecia estar tão bem protegido e invencível, como o estivera nos governos de Marco Aurélio e de Augusto. Contudo, estava corroído pela decadência moral e política, e pronto para ser desmoronado por invasores vizinhos, que estavam desejosos de invadilo. As riquezas do império eram cobiçadas pelos povos bárbaros, seus vizinhos. De um lado da fronteira havia cidades opulentas que viviam despreocupadamente, vastos campos com fartas colheitas, enfim, pessoas que possuíam tudo quanto as tribos pobres tanto desejavam. Mesmo em seus melhores tempos, homem por homem, os romanos só estavam em igualdade de condições com os bárbaros, e, após séculos de paz, haviam perdido a prática de guerrear. O Império Romano, não muito forte em seus recursos humanos, também estava enfraquecido pelas guerras civis, que duraram gerações, provocadas por vários pretendentes ao trono imperial. O resultado foi este: as guarnições militares foram retiradas das fronteiras, a terra foi deixada sem defesa, à mercê dos invasores.

 

A causa imediata de muitas invasões foi o movimento das tribos asiáticas. Quando os bárbaros que viviam a leste das províncias européias se lançaram sobre os romanos, declararam que foram a isso forçados, pois hostes irresistíveis de guerreiros asiáticos e suas famílias lhes haviam tomado suas terras, obrigando-os a dirigir-se para o Império Romano. Quase todas as tribos conquistadoras tornaram-se cristãs, em parte por meio dos godos e em parte pelo contato com os povos entre os quais se estabeleceram. Mais tarde os arianos chegaram a ser crentes ortodoxos. O Cristianismo dessa época decadente ainda era vivo e ativo, e conquistou muitas raças invasoras. o império caiu, porém a igreja ainda conservava sua posição imperial. Devemos mencionar aqui alguns dos dirigentes da igreja imperial nesse período. Atánasio (296-373) foi ativo defensor da fé no início do período. Já vimos como ele se levantou e se destacou na controvérsia de Ário. Ambrósio de Milão (340-397), o primeiro dos pais latinos, foi eleito bispo enquanto era ainda leigo, e nem ao menos era batizado. João, chamado Crisóstomo, "a boca de ouro", em razão de sua eloquência inigualável, foi o maior pregador desse período. Jerônimo (340-420) foi o mais erudito de todos os pais latinos. Estudou literatura e oratória em Roma. Vulgata Latina, isto é, a Bíblia em linguagem comum. O nome mais ilustre de todo esse período foi o de Agostinho, nascido no ano 354, no norte da África. Agostinho foi eleito bispo de Hipona, no norte da África, no ano 395. O livro "Confissões" encerra as profundas revelações da sua própria vida e coração.