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A Igreja Moderna - O Movimento Missionário Moderno. Dirigentes do Período. A Igreja no Século Vinte.

Pudemos observar que durante um período de mil anos, a partir dos dias apostólicos, o Cristianismo foi uma instituição ativa na obra missionária. Nos primeiros quatro séculos de sua história, a igreja converteu o império romano ao Cristianismo. Depois do século dez, a igreja e o Estado, o papa e o imperador estavam em luta pelo domínio supremo, de modo que o espírito missionário arrefeceu, embora não tenha desaparecido inteiramente.

Ainda vimos que desde 1732 os morávios iniciaram o estabelecimento de missões estrangeiras, enviando Hans Egede à Groelândia, e logo após a mesma igreja estava trabalhando entre os índios da América do Norte, entre os pretos das Índias Ocidentais e nos países orientais. O fundador das missões modernas da Inglaterra foi Guilherme Carey. Inicialmente foi sapateiro, mas educou-se por sí mesmo, e em 1789 tornou-se ministro da igreja Batista. Um sermão que pregou em 1792, e que tinha dois títulos, "Empreendei grandes coisas para Deus" e "Esperai grandes coisas de Deus", foi a causa da organização da Sociedade Missionária Batista, e também contribuiu para o envio de Carey à índia.

Ainda a tempo eaminamos que, apesar de não haver recebido educação em sua mocidade, Carey chegou a ser um dos homens mais eruditos do mundo, no que diz respeito à língua sânscrito e a outras línguas orientais. Suas gramáticas e dicionários são usados ainda hoje. O movimento missionário na América do Norte teve sua primeira inspiração na famosa "reunião de oração" que se realizou no Colégio Williams, em Massachusetts, no ano de 1811. Como resultado dessa reunião, fundou-se a Junta Americana de Comissionados para Missões Estrangeiras, a qual, no princípio, era interdenominacional; mais tarde, porém, outras igrejas fundaram suas próprias sociedades e a Junta Americana ficou pertencendo às igrejas Congregacionais. O exemplo dos congregacionais e dos batistas foi seguido também por outras denominações, de modo que depois de alguns anos cada igreja tinha sua própria junta e seus próprios missionários.

Conferimos que atualmente, quase não há país na terra que não conheça o Evangelho. Escolas cristãs, hospitais, orfanatos e outras instituições filantrópicas estão semeadas em todo o mundo pagão, resultantes da obra missionária, e os gastos anuais das diferentes juntas ascendem a muitos milhões de dólares. Dentre os muitos grandes homens que se levantaram nos últimos três séculos é difícil mencionar os principais no que se refere a pensamentos e atividades cristãs. Ricardo Hooker (1554-1600) foi o autor da obra mais famosa e influente na constituição da igreja da Inglaterra. Filho de pais pobres, conseguiu auxílio para educar-se na Universidade de Oxford, na qual conquistou altos conhecimentos em diferentes assuntos. Suas controvérsias no púlpito fizeram com que Hooker procurasse uma igreja rural, onde dispusesse de tempo para seus estudos. O grande trabalho de Hooker foi: "As Leis do Governo Eclesiástico", em oito volumes. Tomás Cartwright (1535-1603) pode ser considerado o fundador do puritanismo, apesar de não haver sido ele o maior de seus membros. Essa honra cabe a Oliver Cromwell, cujo registro de grandeza está na história do Estado e não na da igreja.

Pudemos averiguar que Cartwright defendia a idéia de que as Escrituras contêm não somente a regra de fé e doutrina, mas também do governo da igreja; que a igreja devia ser presbiteriana em seu sistema; que não somente devia estar separada do Estado, mas praticamente devia estar acima do Estado. Durante vários anos Cartwright foi pastor nas ilhas Guernsey e Jersey, nas quais estabeleceu igrejas da mesma fé que professava. Jonathan Edwards (1703-1758) é considerado como o primeiro de todos os norte?americanos em metafísica e teologia, e bem assim o maior teólogo do século dezoito nos dois lados do Atlântico. Nele combinavam-se a lógica mais aguda, o ardor mais intenso na investigação teológica, e um piedoso fervor espiritual. Do púlpito que Jonathan Edwards ocupou saiu "O Grande Despertamento", um avivamento que se espalhou por todas as colónias norte-americanas. culminou com a sua expulsão da igreja, em 1750. No ano de 1758 foi eleito presidente do Colégio Princeton, mas após algumas semanas de atividade, morreu, com a idade de cinquenta e cinco anos.

Também observamos que João Wesley nasceu em Epworth, no norte da Inglaterra, no mesmo ano em que Jonathan Edwards nasceu na América, em 1703, porém Wesley viveu mais do que ele um terço de século, até 1791. Wesley graduou-se no Colégio da Igreja de Cristo, em Oxford, em 1724, e foi ordenado ministro da igreja da Inglaterra. uniu-se a um grupo de estudantes de Oxford depois o nome de "metodistas". No ano de 1735, Wesley e seu irmão mais novo, Carlos foram enviados como missionários à nova colônia da Geórgia. Seu trabalho não teve muito êxito, e por isso regressaram à Inglaterra, após dois anos na América. Esse período foi decisivo na vida de ambos, pois foi nessa época que ele conheceram um grupo de morávios, seguidores do conde Zinzendorf, e por intermédio dos novos amigos alcançaram conhecimento experimental de uma vida espiritual.

Sobre João Henrique Newman (1801-1890), vimos que pela habilidade e estilo lúcido de seus escritos, pela clareza de suas idéias, pelo fervor de sua pregação e sobretudo por uma rara atração pessoal, foi o dirigente do movimento anglo-católico do século dezenove. Apesar de o conhecido movimento de Oxford haver sido iniciado por Keble, contudo seu verdadeiro dirigente foi Newman, volta ao catolicismo.

Depois dessa mudança de relações eclesiásticas ainda viveu quarenta e cinco anos, a maior parte dos quais em Birmingham, em menor evidência do que no passado, mas ainda querido por seus amigos. Seus escritos foram muitos, porém os que mais circularam foram os tratados e vários volumes de sermões.

No início do século vinte as igrejas protestantes da Inglaterra e da América do Norte demonstravam características mui diferentes daquelas que possuíam cem anos antes. Nota-se uma crescente unidade de espírito correspondente à unidade de crença. As igrejas já não se mantêm separadas umas das outras. Organizam planos e trabalham unidas em grandes movimentos.