A imagem
Freud demonstrou, em suas investigações, que a certeza da consciência não é verdadeira, pois podemos ter outros “sentidos” que não o imediato. Daí destaca-se o inconsciente que, como já estudado, são armazenados conteúdos de nossa história/vida pessoal e, por vezes, ele quem dirige nossas percepções ainda que não temos acesso fácil a esses conteúdos, pois aqui no inconsciente, ele é quem surge sem nossa "vontade".
Ao nascer, a criança é submetida ao estado de desamparo, limitando-a, tornando seu comportamento menos eficiente e menos articulado existindo com isso, a prematuridade referente ao próprio nascimento (estado de desamparo motor) e a incapacidade de um aparelho psíquico dominar o aumento da tensão (estado de desamparo psíquico).
No estado de desamparo experimentado pelo recém-nascido, há muitos estímulos a serem gerenciados ainda que ele não seja capaz para tal gerenciamento, nem tenha forças próprias para escapar deles. Nos permite a imaginação de uma situação onde não há ainda um indivíduo "formado" (sem corpo e nem psique pré-estabelecida). Fica então a psique responsável pela compreensão e interpretação dessa incapacidade, possibilitando o caminho rumo ao campo humano. O mundo externo (o outro), pode interferir/modificar o eu. Isso relacionando o Id, ego e Superego com o mundo interno, influenciam o comportamento humano.
Diante o estudado, é importante saber que tanto o id quanto ego estão presentes desde o nascimento, já o superego se desenvolve durante a infância, pois diz respeito a proibições internalizadas.
O estádio do espelho (ocorrido entre os 6 e 18 meses) vem como uma construção imaginária do eu, e assim ela vai se formando, o bebe assume uma imagem mas que, segundo LACAN(1998 p. 97), ainda precipitada de um eu, pois ainda não se identifica como sujeito no universal. Por isso diz-se construção imaginária, ou seja, ilusão. Inicia-se a busca por essa confirmação de seu "reconhecimento", da constituição do eu, acreditando ser aquele eu a que vê no espelho, já não sendo aqui um amadurecimento biológico.
Imagem e representação social pela ótica da psicologia social engloba a coletividade, mas olhando também a individualidade. São experimentadas pelo senso comum e rotinas do dia a dia.
"as representações sociais possuem duas funções primordiais”: convencionalização e caráter prescritivo". Na convencionalização: "representações permitem categorizar ideias, indivíduos e acontecimentos, na matriz da cultura, e produzir uma série de classificações..."
No caráter prescritivo as representações são "concebidas como fenômeno histórico, são o resultado de sucessivas gerações”.
Em relação a imagem do corpo na constituição do sujeito, "Ao nascer, a criança não distingue os limites de seu corpo, o que é interno ou externo, pois ainda está num estado de confusão." [...] "Mas o sentido de maior importância para a constituição do eu é a visão, pois é através do olhar que o outro é conhecido."
"Desde o nascimento se faz presente um complexo universo sensório além dos sentidos oriundos do corpo biológico".