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A importância da imagem pessoal pelo ser

A partir da primeira vez que o ser se enxerga no espelho começa um movimento interno sobre quem ele é e o meio em que está inserido. Alí ele se compara com os demais, faz elogios ou críticas a sí, ainda que inconcientemente, uma infinidade de sentimentos afloram, e tudo terá consequências na sua vida, umas para o seu bem estar e outras desastrosas, que poderão ocasionar uma série de problemas. Essa construção da psiquê no indivíduo vai definir toda a sua trajetória pela vida. A psicanálise é essencial para ajudar o ser descobrir um caminho mais saudável, buscando diminuir seu sofrimento, investigando a raíz desse mal e tratando através de terapias.

Na psicanálise, a imagem que temos de nós mesmos — aquilo que chamamos de "eu" — não é algo fixo ou totalmente verdadeiro. Ela é construída ao longo da vida, a partir de experiências, relações com outras pessoas, expectativas sociais e desejos inconscientes. Essa imagem serve para nos dar uma sensação de continuidade, como se fôssemos sempre os mesmos, com uma identidade sólida. Mas, na prática, essa imagem muitas vezes esconde dúvidas, conflitos e desejos que nem sempre reconhecemos.

O trabalho da psicanálise é justamente ajudar a pessoa a questionar essa imagem. Quem sou eu além daquilo que mostro para os outros? Quais desejos meus estão por trás das escolhas que faço? Por que sustento certas ideias sobre mim mesmo, mesmo quando elas me fazem sofrer?

Essas perguntas não são simples. Muitas vezes, a imagem que criamos de nós mesmos serve para nos proteger. Por exemplo, alguém pode se ver como "forte e independente", mas isso pode esconder uma dificuldade de pedir ajuda ou de lidar com a fragilidade. Ou alguém pode se esforçar para parecer sempre alegre e otimista, quando por dentro sente tristeza ou solidão.

Para a psicanálise, o "eu" é uma construção simbólica e imaginária — uma espécie de montagem que nos ajuda a funcionar no mundo, mas que não dá conta de tudo o que somos. Por isso, o processo de análise não tenta reforçar essa imagem, mas criar espaço para que a pessoa entre em contato com partes mais profundas de si mesma. Isso inclui os desejos inconscientes, os medos, as fantasias e as contradições que fazem parte da vida psíquica.