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A origem da Psicanálise - Primeiro Módulo

Na introdução ao tema podemos apreender que a Psicanálise como conceito e disciplina surgiu a partir da inquietação de Freud no que diz respeito a realidade em que estava inserido e ao entendimento de que o que era trazido pelo paciente trazia na análise não abarcava suas questões. Assim, com a descoberta do inconsciente e da segunda tópica (Id, Ego e Superego) e com a superação do método catártico, a Psicanálise como ciência e profissão foi se consolidando a partir das práticas e discussões vindouras, como também com novas inquietações de Freud, a qual foi mudando e evoluindo até o fim de sua vida.

Vale  dizer que  os pressuposto  freudiano inauguram  um novo tempo ao desmontar que o ser humano não  é  tão autônomo  como ele foi descrito  pela filosofia.

O Aparelho Psíquico de Sigmund Freud – Conceitos de Psicanálise

O Dr. Sigmund Freud estruturou o aparelho psíquico em dois modelos o modelo topográfico e o modelo estrutural. No meu ponto de vista é o de que desta forma fica muito mais claro e didático entender a mente humana e seu funcionamento. No livro “A Interpretação dos Sonhos”, capítulo VII, (1900), considerado o livro do século, Dr. Freud nos trouxe a idéia do Aparelho Psíquico. Nos apresenta neste momento, primeiramente, o Modelo Topográfico, a idéia de modelo topográfico vem de “topos”, que em grego significa lugar, daí a idéia de que os sistemas que formam o modelo topográfico ocupam lugares e funções bem específicas. Segundo Dr. Freud este “lugar” não seria anatômico, mas sim virtual, conceitualmente voltado para a dinâmica. Dr. Freud estruturou o Modelo Topográfico dividindo-o em três sistemas sobre os quais este aparelho se estabeleceria: o Inconsciente, o pré-consciente e o consciente. Onde, cada sistema, assume um lugar (um papel) e estabelecem relações entre si, dentro da dinâmica da Psique. Cada um tem uma determinada função e características dentro do aparelho psíquico.

O Inconsciente, no um ponto de vista, foi a maior contribuição de Dr. Freud ao mundo. Esta instância psíquica é com certeza o ponto crucial do aparelho psíquico para que possam entender a mente humana. É a parte mais arcaica do aparelho psíquico e a maior pois ocupa 95% da mente humana. Nela guardamos informações desde quando estávamos no útero de nossas mães e informações de nossos ancestrais, gerações e gerações passadas e todas estas informações refletem substancialmente em nossas escolhas, padrões, crenças que carregamos. Bem como, neste inconsciente, guardamos todas as nossas frustrações, culpas dores traumas, resultando na idade adulta em inúmeros sintomas, doenças e transtornos. O inconsciente é regido pelo Princípio do Prazer. Busca uma satisfação de forma que não existe uma lógica racional para que este prazer seja satisfeito, desse modo tempo, espaço e causalidade não existem.

O Pré-consciente é uma ligação, uma ponte entre o Inconsciente e o Consciente. Mas nesta ponte existe um filtro para que determinados assuntos possam ir ou não para o nível consciente. É o pré-consciente que permite que alguns dos elementos inconscientes sejam trazidos ao consciente. Os conteúdos existentes no pré-conscientes estão disponíveis para o Consciente, poderão se tornar conscientes.

O Consciente se diferencia do inconsciente, pela forma como tem tudo imediatamente disponível a mente. O consciente é a percepção que pode ser posta em palavras pelo sujeito sobre o que ele é, foi ou quer ser; sobre como ele está, como as coisas são ou funcionam etc. É a instância que normalmente associamos à razão e ao racional, à percepção de espaço e tempo. O consciente não é imune a erros, aquilo que acreditamos que somos e que escolhemos podem ser, na verdade, constructos inconscientes que nos formaram ( a influência familiar e social a que fomos submetidos). Esta foi a grande contribuição de Dr. Freud desmontar a crença de que o indivíduo é somente consciência, desmontar a crença de que o racional é senhor de si. Ao modo de funcionamento do pré-consciente para o consciente Dr. Freud chamou de Processo Secundário ( a junção da representação da coisa e da representação da palavra, ou seja, há um investimento energético em determinado objeto e, então, seu escoamento adequado para a satisfação). O Inconsciente possui seus processos Primários, na sua forma de comunicação por meio das organizações dessas representações.

O segundo modelo, Dr. Freud nomeou de Modelo Estrutural, formado pelo Id, Ego e Super Ego, quando em 1923 publicou a obra “O Ego, o Id e outros trabalhos”, volume XIX. Este livro foi uma consolidação dos seus anos de prática de clínica e reflexões, sobretudo dos seus modelos teóricos sugeridos até então. Dr. Freud não descartou o modelo topográfico, o que ele fez foi ampliar seu entendimento sobre a dinâmica das instâncias psíquicas. Dr. Freud passa a sugerir um modelo não mais voltado a um entendimento de lugar virtual, mas sim de estruturas psíquicas, que interagem constantemente para que ocorra o funcionamento do aparelho psíquico, as quais chamou de ID, EGO e SUPEREGO.

O ID representa a maior parte componente do sistema, fica todo localizado no nosso inconsciente, ou seja, seu nível psíquico permanece inacessível pelo sistema pré-consciente. O ID não tem partes conscientes, mas o inconsciente não é somente ID, pois Dr. Freud considera que o EGO e o SUPEREGO, também tem partes inconscientes. Para o Dr. Freud o recém-nascido é puramente ID, ou seja, um aglomerado de impulsos (ou pulsões) desorganizados e sem direcionamento. Nessa fase não há um EGO estabelecido, ele deverá ser constituído a partir de vivências e experiências subjetivas, que, a cada dia, vão confrontar a constante busca pela realização do desejo (do ID), seja pelos castigos instituídos às tentativas de satisfação, seja pela impossibilidade de realizá-lo. O condicionamento de escoamento energético(libido) do ID está vinculado e regido pelo princípio do prazer. As pulsões do ID irão buscar sua satisfação a qualquer custo, sem a consideração da racionalidade, moralidade ou sociabilidade. É uma função do EGO administrar a busca de satisfação do ID, enquanto segue as sanções impostas pelo SUPEREGO.

O SUPEREGO, atravessa todo o conteúdo (inconsciente, pré-consciente e consciente) mantendo-se, em partes, imerso a nível inconsciente. O SUPEREGO tem uma pequena parte consciente que podemos relacionar com as regras sociais e morais das quais temos consciência (sendo que partes dessas regras são interiorizadas inconscientemente. O EGO também possui sua parte inconsciente, e tem a árdua tarefa de servir a esses “dois senhores” (ID e EGO), como forma de encontrar a satisfação dessas instâncias, um trabalho intenso e constante, na tentativa de buscar o equilíbrio dessas forças. Através do EGO, ele busca controlar o ID. O SUPEREGO é responsável por imposição de sanções, normas e padrões, e tem sua formação ela introjeção dos conteúdos advindo dos pais. O SUPEREGO procura domesticar tudo aquilo que no ID são desejos e pulsões.

O EGO, para Dr. Freud, advém da primeira infância, onde os laços afetivos e emocionais com os pais são substancialmente intensos. Ou seja, essas experiências que se figuram na forma de orientações, sanções, ordens, proibições, entre outros, vão fazer com que a criança introjete e registre no inconsciente essas emoções subjetivas, e que darão “corpo” à sua estrutura psíquica e, sobretudo, na formação de uma estrutura egóica. O EGO surge a partir do ID. O EGO possui sua maior parte consciente, mas ocupa u espaço no inconsciente. Tem como funcionalidade mediar, integra e harmonizar as constantes pulsões do ID, as exigências e ameaças do SUPEREGP, além das demandas provenientes do mundo externo (forçando-nos o processo identitário de ser alguém perante si mesmo e o mundo externo).

Não posso deixar de citar a parte fundamental da estrutura do EGO que são os mecanismos de defesa. Os mecanismos de Defesa são artifícios desenvolvidos pelo aparelho psíquico, para que as relações entre suas instâncias ocorram de modo a proteger o psiquismo de ameaças que o levem ao colapso, à desintegração. Cada indivíduo, dentro da sua subjetividade desenvolvida ao longo da primeira infância, vai encontrar seus mecanismos e, através da parte inconsciente do EGO, será capaz de estabelecer e manter, qualitativamente, sua relação intrapsíquica e intrapsíquica. Os mecanismos de defesa são o recalcamento ou repressão, a negação, a renegação, a regressão, a conversão orgânica, a projeção, o deslocamento, a racionalização, a formação reativam e a sublimação. Dr. Freud chamou de Teoria das Personalidade a integração de todas estas instâncias. A forma com a qual esses sistemas se organizam no sujeito, tanto do ponto de vista estrutural como relacional, vão determinar a maneira com a qual o indivíduo vai interagir com o mundo.

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Reginaldo A. de Souza Neves

Eu vejo a descoberta da psicanálise como uma forma de Freud encontrar respostas para diversas questões que todos temos, respostas mais coerente e reais

A psicanálise nos trás uma nova forma de percepção do ser humano. Não mais aquele ser humano tão autônomo como era visto, mais um ser que é guiado, também, pelo o instinto, embora não percebido. Freud em suas pesquisas sobre o aparelho psíquico, chega a conclusão da existência do inconsciente, assim, esse aparelho foi dividido em três partes por freud: consciente, pré-consciente e o inconsciente.

Essas teorias criadas por Freud, vem ao auxílio do ser humano, fazendo-o conhecedor dos seus complexos. Muita das vezes não trazendo a cura mas, conscientes de suas fragilidades, as suas dores, o ser humano tornar-se mais senhor de si.

Esta é a finalidade da psicanálise, ajudar o ser humano a ser um ser melhor.

A Psicanálise foi descoberta por Freud,por uma sede de conhecer além da superficialidade.É uma descoberta extraordinária,na qual nos concede importantes ferramentas para uma melhor compreenção de como funciona a mente.Nos dando a possibilidade de através dela , conseguir encontrar o foco do problema.