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Coiceito do Eu e da Personalidade.

Ao longo de nossos estudos percebemos que entender quem somos exige olhar para duas faces complementares: o Eu, núcleo que organiza sensações, desejos e pensamentos, e a Persona, máscara que usamos para conviver em sociedade. Freud, Damasio e Jung, cada um a seu modo, ajudam-nos a enxergar como corpo, mente e relações sociais constroem essa dupla realidade. Nesta redação, explicarei a origem do Eu, o papel da Persona e os riscos de confundir um com o outro.

Freud foi pioneiro ao afirmar que o Eu começa quando o bebê sente prazer ou desconforto na pele, formando o chamado eu-corporal. Décadas depois, o neurocientista António Damasio confirmou essa ideia ao descrever o protosself: um mapa inconsciente que o cérebro faz, a todo instante, do estado do corpo. Com o tempo, esse primeiro esboço se torna mais complexo. Freud fala de um Eu que aprende a mediar as exigências do Id, as proibições do Superego e a realidade externa. Damasio, por sua vez, acrescenta o self central (sensação rápida de “sou eu aqui agora”) e o self autobiográfico (história que contamos sobre nós). Assim, o Eu surge do corpo, mas evolui para coordenar emoções, memórias e decisões.

Carl Gustav Jung chamou de Persona a “máscara” que vestimos para sermos aceitos em família, escola ou trabalho. Não se trata de falsidade, e sim de um filtro que facilita a convivência: falamos de forma diferente com um chefe e com um amigo. Contudo, a Persona pode virar problema quando acreditamos que ela é nosso verdadeiro ser. Nesse ponto, perdemos espontaneidade, ficamos rígidos e sentimos um vazio que não se explica apenas por fatores externos.

O bom funcionamento psíquico depende de diálogo constante entre corpo, Eu e Persona. Primeiro, o corpo sente; depois, o Eu interpreta; por fim, a Persona apresenta essa interpretação ao mundo. Quando essa sequência acontece de modo harmônico, sentimos autenticidade e flexibilidade. Porém, se o Eu é frágil, desejos podem explodir em sintomas; se a Persona domina, viramos reféns de papéis sociais. O equilíbrio exige reconhecer sinais corporais, dar nome às emoções e ajustar a máscara sem esquecer quem a veste.

Estudar Eu e Persona revela que identidade não é algo único e fixo, mas um movimento entre interioridade e aparência. O Eu garante coerência interna; a Persona assegura adaptação externa. Confundir esses papéis gera sofrimento; integrá-los produz saúde emocional. Assim, compreender esses conceitos nos ajuda a viver com mais verdade por dentro e mais leveza por fora, lembrando sempre que a máscara deve servir ao rosto, e não o contrário.