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Conceito do Eu e da Personalidade

Ao aprofundar o estudo sobre a constituição do eu, percebo que essa instância psíquica é muito mais frágil e construída do que parece à primeira vista. Freud já nos mostra que o eu não é senhor em sua própria casa: ele surge como uma tentativa de organizar as exigências pulsionais (id), as imposições morais (superego) e os desafios do mundo externo.

Mais adiante, Lacan traz uma contribuição essencial com o conceito do "estádio do espelho", revelando que o eu se constitui a partir de uma imagem idealizada de si, reconhecida no olhar do outro. Ou seja, o eu é também uma ficção — necessária, estruturante, mas ainda assim imaginária.

Pensar o eu e a personalidade pela via psicanalítica é reconhecer que a unidade que percebemos é, na verdade, fruto de múltiplas negociações inconscientes. Nossa personalidade, portanto, não é um bloco fixo, mas uma composição dinâmica entre aquilo que desejamos, aquilo que tememos e aquilo que nos é permitido ser.

Isso me leva a uma pergunta que deixo para os colegas do fórum: até que ponto a nossa personalidade é verdadeiramente nossa — e até que ponto é moldada pelo desejo do outro?