Conceito do Eu e da Personalidade
Citação de Egle em outubro 30, 2025, 7:19 pmRevolucionário, Freud mudou para sempre a nossa forma de ver a psique humana, a começar pela noção de eu, aqui entendido como um ser multifacetado, em constante evolução, moldado por segredos enterrados num espaço profundo e inacessível a ele mesmo. Muito do que afeta o sujeito, e faz dele o que ele é, não é de ordem puramente física, está além dela, no nível emocional, dos afetos. Aliás, os problemas físicos, desde Charcot, teriam seu fundo em questões emocionais. Falar livremente sobre isso seria uma forma de lidar com os traumas, ainda que não os curasse totalmente, pois como dito por Pondé no vídeo "Quem nós somos? , "não há solução", mas há a possibilidade de viver [bem] de alguma forma. O que seria cura, para Freud, nada mais é do que o "amadurecimento", que a cultura contemporânea optou por substituir pelo utilitarismo, pela negação dos problemas em prol das soluções fáceis e transitórias, que mascaram o problema e exigem constante substituição. Ir à raiz do problema é caminho que a sociedade contemporânea optou por não fazer. E a própria cobra o seu preço. Problemas de saúde mental estão na crista da onda e novas modalidades surgem, como o Bornout. A questão é que a própria psicanálise, melhor dizendo, muitos dos seguidores de Freud o estão negando, com a alegação, não de todo errada, de que a terapia é muito longa e certas ações são urgentes e imediatas. Por exemplo, uma mulher vítima de relacionamento abusivo não pode esperar uma vida inteira para entender por que ela não sai dele e repete padrões. É preciso focar em solução mais rápida e eficiente para tirar a mulher desse quadro, pois trata-se de um caso de vida e morte, com nome legal para a última fase do ciclo do abuso, "feminicídio". A psicanálise diria que é preciso ir à raiz do problema, não seguir esse percurso é tamponá-lo. Mas a vida prática, o dia a dia, requer solução, a espera pode ser fatal. A questão é como conciliar, equilibrar urgência e tempo de descoberta do inconsciente.
Revolucionário, Freud mudou para sempre a nossa forma de ver a psique humana, a começar pela noção de eu, aqui entendido como um ser multifacetado, em constante evolução, moldado por segredos enterrados num espaço profundo e inacessível a ele mesmo. Muito do que afeta o sujeito, e faz dele o que ele é, não é de ordem puramente física, está além dela, no nível emocional, dos afetos. Aliás, os problemas físicos, desde Charcot, teriam seu fundo em questões emocionais. Falar livremente sobre isso seria uma forma de lidar com os traumas, ainda que não os curasse totalmente, pois como dito por Pondé no vídeo "Quem nós somos? , "não há solução", mas há a possibilidade de viver [bem] de alguma forma. O que seria cura, para Freud, nada mais é do que o "amadurecimento", que a cultura contemporânea optou por substituir pelo utilitarismo, pela negação dos problemas em prol das soluções fáceis e transitórias, que mascaram o problema e exigem constante substituição. Ir à raiz do problema é caminho que a sociedade contemporânea optou por não fazer. E a própria cobra o seu preço. Problemas de saúde mental estão na crista da onda e novas modalidades surgem, como o Bornout. A questão é que a própria psicanálise, melhor dizendo, muitos dos seguidores de Freud o estão negando, com a alegação, não de todo errada, de que a terapia é muito longa e certas ações são urgentes e imediatas. Por exemplo, uma mulher vítima de relacionamento abusivo não pode esperar uma vida inteira para entender por que ela não sai dele e repete padrões. É preciso focar em solução mais rápida e eficiente para tirar a mulher desse quadro, pois trata-se de um caso de vida e morte, com nome legal para a última fase do ciclo do abuso, "feminicídio". A psicanálise diria que é preciso ir à raiz do problema, não seguir esse percurso é tamponá-lo. Mas a vida prática, o dia a dia, requer solução, a espera pode ser fatal. A questão é como conciliar, equilibrar urgência e tempo de descoberta do inconsciente.
