Conceito do Eu e da Personalidade - Freud X Damasio
Citação de Paula Cristina Coutinho Quaresma Pimentel em novembro 26, 2023, 10:22 pmFreud destaca o inconsciente, o Complexo de Édipo, a resistência, o recalque e a sexualidade como sendo os pilares teóricos da psicanálise. A constituição do eu passa pela questão do narcisismo primário e pelo desenvolvimento da personalidade, que é estruturada em três instâncias: id, ego e superego. O id só conhece a realidade subjetiva da mente e tem como princípio o prazer. É a sede das pulsões de vida e de morte. É o mundo interno da experiência subjetiva, ao que Freud chamou de “a verdadeira realidade psíquica”. O ego é a parte do id que utiliza o sistema percepção-consciência para captar o mundo externo. É a instância que acata o princípio da realidade, diferenciando o que é da mente e do mundo externo. O ego tenta equilibrar as demandas do id (pulsões) com as exigências da realidade do mundo externo e as ordens do superego que é a sede da consciência moral, o portador do ideal do eu. O superego é parte consciente e grande parte inconsciente. Na teoria freudiana o eu é, antes de tudo, um eu corporal. A formação do eu se origina a partir da modificação do id em contato com a realidade. É quando o narcisismo primário (eu ideal) é abandonado pela criança ao se confrontar com o outro ideal (o ideal do eu). Constitui-se, portanto, através do desenvolvimento da personalidade que abrange três instâncias: id, ego e superego. Deriva ainda da relação profunda entre o Eu-real, Eu-prazer, Eu ideal, ideal de Eu e Eu-corporal e as pontes entre o Eu e Isso, o Eu e Supereu, o Eu e Pré-consciente/Consciente e Eu e Inconsciente, dentre outros. Deste modo, abordar o Eu em Freud implica necessariamente operar com as pontes que ele supõe e, eventualmente, atravessá-la.
À exemplo de Freud, Damasio atribui ao corpo participação elementar na conceituação do eu, já que é através do corpo que o indivíduo entra em contato com os sentimentos e experimenta a própria existência, culminando na percepção de si. Neste sentido, Damasio também concebe a presença de um mapa dinâmico do organismo ancorado no esquema corporal e sua delimitação, que compreende diversas áreas cerebrais sincronicamente atuantes. No entanto, o neurocientista português apresenta nova abordagem ao implantar o conceito de Self (em equivalência ao eu freudiano), no que se refere à percepção de nós mesmos enquanto seres conscientes, aptos a tomar decisões. Ele afirma que o self está constituído por três elementos: Self Neural ou Protosself (base biológica do self, responsável pelas sensações corporais e emocionais. É uma instância inconsciente, portanto, sem percepção ou linguagem); Self Central (constituído pela consciência central que, por sua vez, é o conhecimento materializado de algo, a partir da construção de um padrão neural associativo que permite ao indivíduo reconhecer certa imagem de um objeto sob a própria perspectiva, com sensação de pertencimento e até mesmo de intervenção sobre ela. É, ainda, a instância responsável pela consciência de si mesmo, enquanto ser único e distinto, porém, ainda não verbal e imagético) e Self Autobiográfico (é a base da consciência ampliada, sendo ainda, a dimensão que nos capacita a sermos os narradores das nossas experiências. É a instância que capta e ressitua a autopercepção numa continuidade temporal, conectando passado, presente e futuro.). A três instâncias se interligam através das noções de consciência central e ampliada.
Freud destaca o inconsciente, o Complexo de Édipo, a resistência, o recalque e a sexualidade como sendo os pilares teóricos da psicanálise. A constituição do eu passa pela questão do narcisismo primário e pelo desenvolvimento da personalidade, que é estruturada em três instâncias: id, ego e superego. O id só conhece a realidade subjetiva da mente e tem como princípio o prazer. É a sede das pulsões de vida e de morte. É o mundo interno da experiência subjetiva, ao que Freud chamou de “a verdadeira realidade psíquica”. O ego é a parte do id que utiliza o sistema percepção-consciência para captar o mundo externo. É a instância que acata o princípio da realidade, diferenciando o que é da mente e do mundo externo. O ego tenta equilibrar as demandas do id (pulsões) com as exigências da realidade do mundo externo e as ordens do superego que é a sede da consciência moral, o portador do ideal do eu. O superego é parte consciente e grande parte inconsciente. Na teoria freudiana o eu é, antes de tudo, um eu corporal. A formação do eu se origina a partir da modificação do id em contato com a realidade. É quando o narcisismo primário (eu ideal) é abandonado pela criança ao se confrontar com o outro ideal (o ideal do eu). Constitui-se, portanto, através do desenvolvimento da personalidade que abrange três instâncias: id, ego e superego. Deriva ainda da relação profunda entre o Eu-real, Eu-prazer, Eu ideal, ideal de Eu e Eu-corporal e as pontes entre o Eu e Isso, o Eu e Supereu, o Eu e Pré-consciente/Consciente e Eu e Inconsciente, dentre outros. Deste modo, abordar o Eu em Freud implica necessariamente operar com as pontes que ele supõe e, eventualmente, atravessá-la.
À exemplo de Freud, Damasio atribui ao corpo participação elementar na conceituação do eu, já que é através do corpo que o indivíduo entra em contato com os sentimentos e experimenta a própria existência, culminando na percepção de si. Neste sentido, Damasio também concebe a presença de um mapa dinâmico do organismo ancorado no esquema corporal e sua delimitação, que compreende diversas áreas cerebrais sincronicamente atuantes. No entanto, o neurocientista português apresenta nova abordagem ao implantar o conceito de Self (em equivalência ao eu freudiano), no que se refere à percepção de nós mesmos enquanto seres conscientes, aptos a tomar decisões. Ele afirma que o self está constituído por três elementos: Self Neural ou Protosself (base biológica do self, responsável pelas sensações corporais e emocionais. É uma instância inconsciente, portanto, sem percepção ou linguagem); Self Central (constituído pela consciência central que, por sua vez, é o conhecimento materializado de algo, a partir da construção de um padrão neural associativo que permite ao indivíduo reconhecer certa imagem de um objeto sob a própria perspectiva, com sensação de pertencimento e até mesmo de intervenção sobre ela. É, ainda, a instância responsável pela consciência de si mesmo, enquanto ser único e distinto, porém, ainda não verbal e imagético) e Self Autobiográfico (é a base da consciência ampliada, sendo ainda, a dimensão que nos capacita a sermos os narradores das nossas experiências. É a instância que capta e ressitua a autopercepção numa continuidade temporal, conectando passado, presente e futuro.). A três instâncias se interligam através das noções de consciência central e ampliada.