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CONCEITOS E PRINCÍPIOS DA IMAGEM PESSOAL

CURSO: FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE CLÍNICA

CONCEITOS E PRINCÍPIOS DA IMAGEM PESSOAL

AYLTON BATISTA DE OLIVEIRA

Neste módulo o autor aborda a constituição do eu na terapia psicanalítica do porto de vista de três autores: Freud, Laca e Dolto.

Este capítulo aborda: As teorias das localizações, dos domínios e das ações do psiquismo, a constituição do eu, o estado de desamparo característico do recém-nascido até a sua inserção no mundo que já existe através dos sistemas de percepção-consciência.

Também neste capítulo é estudado por meio da ótica da psicologia social, as representações que podem e induzem comportamentos, incluindo-os em redes sociais e mídias em geral, e também a função das imagens na formação e sustentação das representações sociais.

Freud, em um período mais adiantado de suas pesquisas amplia o entendimento sobre o “eu”, a princípio era só consciência, agora, Freud entende que o ego representa a personalidade, é o “eu" do indivíduo. O “eu” toma decisões e controla ações considerando as condições objetivas da realidade e se desenvolve desde o nascimento.

Freud descobriu o inconsciente através da análise dos sonhos, atos falhos e lapsos. Com investigação sistemática construiu uma teoria unificada da mente, demonstrando que a convicção da consciência não é verdadeira, porque a nossa vida espiritual poderá ter outros sentidos que não o imediato. Entre a certeza da consciência e o verdadeiro instala-se o inconsciente, revelando um saber que nos é dado, mas, que deve ser procurado para se encontrado. Percorrer o caminho do eu na teoria psicanalítica de Freud, é chamado de “metapsicológica”.

O recém-nascido, experimenta uma sensação de total impotência, pois, não consegue um comportamento coordenado, efetivo e eficiente, que Freud chamou de estado de desamparo, termo alemão: Hilflosigkeit, que é a condição de alguém que está em estado de desamparo motor e desamparo psíquico, precisando de ajuda e socorro de alguém, no caso a mãe.

Lacan, a partir de 1936, postulou uma nova abordagem, na qual o “eu” pode ser compreendido como instância do imaginário, durante o estádio do espelho. Para Lacan o corpo é visto em três dimensões dentro dos três registros fundamentais na constituição do sujeito: 1) O corpo como imagem (imaginário), 2) O corpo assinalado pelo significante (simbólico), 3) O corpo como sinônimo de prazer (real).

Tanto para Freud como para Lacan existe a análise da conexão do corpo com o “eu” e a sua influência no narcisismo e nas identificações primárias.

Françoise Dolto, apresenta uma nova visão da imagem inconsciente do corpo. As abordagens psicanalíticas sobre a concepção das representações do corpo, se canalizaram em torno da tese de Freud sobre o narcisismo e em Lacan com a tese sobre o estádio do espelho, baseando uma

nova ótica quanto à função da imagem do corpo na constituição do “eu”. Em 1984, a psicanalista Françoise Dolto (1908-1988) apresenta uma nova visão sobre a imagem do corpo, trazendo a perspectiva de um registro do inconsciente como traço estrutural, como sendo uma parte da história emocional da relação do ser humano com o outro desde a sua concepção. Essa concepção

da imagem do corpo inconsciente caracteriza uma representação psíquica primária, precoce, sem figuração no instante em que é elaborada, só sendo possível sua representação num momento posterior”.

Quando nasce o bebê não tem uma percepção na sua totalidade de si mesmo e nem dos objetos externos. A percepção do seu corpo e do corpo da mãe ocorre aos poucos de forma fragmentada, em diversas partes separadas. Aos poucos o bebê vai descobrindo: mão, boca, seio, fezes, etc., somente mais tarde começa a ter uma percepção do todo.

O narcisismo primário ocorre na fase em que a criança não é capaz de se voltar para objetos externos, assim ela própria se torna o seu objeto de amor, que para Freud é o primeiro estágio da vida, que vem antes da formação do “eu”, nesta fase o eu e o inconsciente são indistintos. Para Lacan esse narcisismo primário, no qual fundamentou o estádio do espelho, dá início a formação do “eu”.

 

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