Conhecimentos adquiridos
Citação de Cassandra Lúcia de Maya Viana em dezembro 12, 2024, 11:23 pmEstado de Desamparo - Ao nascer uma criança, existe uma total impotência que deixa o recém-nascido impedido de experienciar um comportamento articulado, efetivo e eficiente. Esse é o estado de desamparo expresso por Freud no termo alemão Hilflosigkeit, que diz respeito à condição de alguém estar sem ajuda, sem socorro. Esse é um estado de total incapacidade de lidar com a abundância de estímulos e de, com suas próprias forças, remover o excesso através da satisfação. Essa é uma das principais tarefas atribuídas à psique, que o acompanhará ao longo de sua vida. É nesse cruzamento entre uma progressiva invasão de estímulos, e a sua inaptidão de fugir deles por suas próprias forças, que o estado de desamparo se torna um constructo teórico, sendo essa posição o requisito para o “tornar-se humano ou, simplesmente, para humanizar-se [...]”. Do ponto de vista biológico (motor), temos a constatação da prematuridade do ser humano, quando do seu nascimento. Do ponto de vista psíquico, temos um aparelho que não é capaz de dominar o aumento de tensão.
Estádio do Espelho - Posteriormente, a noção do eu, sua concepção, suas funções, tiveram uma nova abordagem e interpretação. Em 1936, Jacques Lacan fez uma releitura da teoria freudiana e situou o eu como instância do imaginário, ou seja, no campo do desconhecido, da ilusão e da alienação, cuja fase denominou de “estádio do espelho”, o formador da função do eu. O estádio do espelho trata do momento de constituição do eu, da identidade, do momento em que se estabelece a diferenciação entre o eu e o outro, em que ocorre também o delineamento dos limites do nosso corpo. Esse estádio ocorre entre os seis e dezoito meses, quando o bebê, diante do espelho, reconhece sua imagem, sustentando sua postura. Segundo Lacan (1998, p. 97), o bebê, com entusiasmo e energia, supera os entraves desse apoio, para sustentar sua postura numa posição mais ou menos inclinada e resgatar um aspecto instantâneo da imagem, para fixá-lo. Mais tarde, Lacan retoma a teoria freudiana de como o “eu” é constituído, e afirma que o estádio do espelho demonstra que essa condição não é parte de um amadurecimento biológico, mas, se constitui pela intermediação de uma relação em que o “eu” se forma rapidamente, como resultado.
Imagem e Representações Sociais - No contexto da psicologia social são os elementos cognitivos (imagens, conceitos, categorias, teorias) socialmente desenvolvidos e compartilhados, que auxiliam na construção de uma realidade comum, favorecendo dessa forma a comunicação, ou seja, são fenômenos sociais que devem ser entendidos a partir do contexto em que foram gerados. A teoria das representações sociais tem como objetivo elucidar os diversos fenômenos coletivos, sem desconsiderar o ponto de vista individual. As representações sociais são suportadas pelo saber do senso comum das experiências vivenciadas rotineiramente, que podem se apoderar de significados consolidados no decorrer da sua história. Consequentemente, são decorrências do apoderamento de constructos estruturados em diferentes períodos cronológicos e produzidos nos novos contextos. O seu propósito é converter algo não familiar em familiar através do modo operante de classificar, tipificar, estereotipar e denominar novos eventos e convicções, para torná-los compreensivos a partir de ideias e teorias preexistentes e incorporados no momento em que são amplamente respeitados pela sociedade
Estado de Desamparo - Ao nascer uma criança, existe uma total impotência que deixa o recém-nascido impedido de experienciar um comportamento articulado, efetivo e eficiente. Esse é o estado de desamparo expresso por Freud no termo alemão Hilflosigkeit, que diz respeito à condição de alguém estar sem ajuda, sem socorro. Esse é um estado de total incapacidade de lidar com a abundância de estímulos e de, com suas próprias forças, remover o excesso através da satisfação. Essa é uma das principais tarefas atribuídas à psique, que o acompanhará ao longo de sua vida. É nesse cruzamento entre uma progressiva invasão de estímulos, e a sua inaptidão de fugir deles por suas próprias forças, que o estado de desamparo se torna um constructo teórico, sendo essa posição o requisito para o “tornar-se humano ou, simplesmente, para humanizar-se [...]”. Do ponto de vista biológico (motor), temos a constatação da prematuridade do ser humano, quando do seu nascimento. Do ponto de vista psíquico, temos um aparelho que não é capaz de dominar o aumento de tensão.
Estádio do Espelho - Posteriormente, a noção do eu, sua concepção, suas funções, tiveram uma nova abordagem e interpretação. Em 1936, Jacques Lacan fez uma releitura da teoria freudiana e situou o eu como instância do imaginário, ou seja, no campo do desconhecido, da ilusão e da alienação, cuja fase denominou de “estádio do espelho”, o formador da função do eu. O estádio do espelho trata do momento de constituição do eu, da identidade, do momento em que se estabelece a diferenciação entre o eu e o outro, em que ocorre também o delineamento dos limites do nosso corpo. Esse estádio ocorre entre os seis e dezoito meses, quando o bebê, diante do espelho, reconhece sua imagem, sustentando sua postura. Segundo Lacan (1998, p. 97), o bebê, com entusiasmo e energia, supera os entraves desse apoio, para sustentar sua postura numa posição mais ou menos inclinada e resgatar um aspecto instantâneo da imagem, para fixá-lo. Mais tarde, Lacan retoma a teoria freudiana de como o “eu” é constituído, e afirma que o estádio do espelho demonstra que essa condição não é parte de um amadurecimento biológico, mas, se constitui pela intermediação de uma relação em que o “eu” se forma rapidamente, como resultado.
Imagem e Representações Sociais - No contexto da psicologia social são os elementos cognitivos (imagens, conceitos, categorias, teorias) socialmente desenvolvidos e compartilhados, que auxiliam na construção de uma realidade comum, favorecendo dessa forma a comunicação, ou seja, são fenômenos sociais que devem ser entendidos a partir do contexto em que foram gerados. A teoria das representações sociais tem como objetivo elucidar os diversos fenômenos coletivos, sem desconsiderar o ponto de vista individual. As representações sociais são suportadas pelo saber do senso comum das experiências vivenciadas rotineiramente, que podem se apoderar de significados consolidados no decorrer da sua história. Consequentemente, são decorrências do apoderamento de constructos estruturados em diferentes períodos cronológicos e produzidos nos novos contextos. O seu propósito é converter algo não familiar em familiar através do modo operante de classificar, tipificar, estereotipar e denominar novos eventos e convicções, para torná-los compreensivos a partir de ideias e teorias preexistentes e incorporados no momento em que são amplamente respeitados pela sociedade