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Considerações Sobre a Construção do “Eu”.

De certa forma, as relações que nosso corpo mantém com o mundo físico se traduzem em modificações que podem ser passageiras ou duráveis. Tal constituição de um “Eu” se estabelece e se remaneja ao longo do desenvolvimento infantil através de estímulos paternos além da castração oral (diminuição da dependência, estímulo da autonomia) que vai permitindo que a criança não seja exclusivamente dependente da mãe ou pai, proporcionando o desenvolvimento de uma linguagem verbal compreensível aos outros e desenvolvimento de seus potenciais.

Assim, para o ser humano, a constituição do “Eu” é a representação inconsciente e inerente, onde são originados os desejos do sujeito. Dessa forma, a imagem corporal é onde ocorrem as experiências dos desejos, ou seja, o local onde se circunscrevem. As sensações se expressam como simbolização das mais variadas percepções do esquema corporal, vale ressaltar aquelas que levam aos encontros humanos. (Dolto, 1984).

Reflito que as interações incessantes do corpo nas relações e com o ambiente, por meio das diferentes linguagens, que são oriundas do movimento deste corpo em função das demandas sociais, culturais, biológicas, históricas e inconscientes promovem o que entendemos por imagem de um “Eu”. Nesse sentido, é através do corpo real e um anímico subjetivo que se adquire conhecimento, maturidade e autonomia.

 

DOLTO, F. “A imagem Inconsciente do Corpo”. – Editora: ? Perspectiva; 3ª edição