Da modernidade à contemporaneidade
A psicanálise representa a ruptura da concepção antiga sobre o ser humano moderno, que descrito como uma máquina, fria e sem sentimentos. Marca a transição da modernidade para a contemporaneidade, insinuando a existência de um "eu" alternativo dentro do homem, que já não é tão dono de si como imagina. Freud deu ao inconsciente um status de alteridade radical, por ter suas próprias leis, lógica e não depender da razão cartesiana, assim como das leis de espaço e tempo. Tal descoberta mostra genialidade e representa uma peça fundamental construtora da nova cultura emergente.
A descoberta do inconsciente, também, abalou as estruturas dos pressupostos religiosos, evidenciando a força dos conteúdos imaginados e a criação da ilusão. A racionalidade do ser humano depende das condições externas que incidem sobre sua realidade interior, assim como o ser humano necessita estar em relacionamentos saudáveis para se manter produtivo e ativo. Logo, estar em interdependência, ter uma vivência mais livre, mais artística e menos repressora, se torna uma realidade possível. A educação e a neurociência também contribuíram positivamente com a construção de novas ideias a respeito do indivíduo no século passado.