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De onde vem a imagem?

Ao longo desta unidade, fui convidado a repensar o que chamamos de “imagem” sob a ótica da psicanálise e da psicologia social. Mais do que uma simples representação externa, a imagem pessoal revela a forma como o sujeito se constitui psiquicamente, como se identifica e como se inscreve no laço social.

A psicanálise, especialmente a partir de Freud, Lacan e Dolto, nos ensina que a constituição do eu passa por um jogo entre o olhar do outro, o corpo e o desejo. O espelho, o nome, o toque, a voz — tudo pode servir de suporte simbólico para a imagem que o sujeito constrói de si. O caso clínico de Cristian (ou Renato) ilustra isso com profundidade: um nome esquecido, uma letra repetida, e um corpo que reage mais ao chamado do inconsciente do que aos comandos pedagógicos. A imagem, nesse caso, era mais do que social — era uma convocação interna, silenciosa, pedindo escuta.

Já pela psicologia social, a imagem também é uma construção coletiva: resultado das representações sociais que compartilham sentidos sobre quem somos, onde pertencemos e o que esperam de nós. Nessa perspectiva, corpo e identidade não se separam: o corpo é simbólico, e sua leitura é atravessada pela cultura.

Ao refletir sobre a imagem e a identificação, percebo que nossa existência é continuamente moldada por olhares — tanto os externos quanto os que aprendemos a ter sobre nós mesmos.

E você, já parou para pensar de onde vem a imagem que tem de si? Ela foi construída por você ou atribuída pelos outros?