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DEBATE SOBRE O EU

Quando falamos sobre o conceito do eu e da personalidade, temos diversas literaturas, cada uma sobre uma ótica diferente.

O Eu é tanto neural (autorregulação e identidade), quanto psíquico (mediador inconsciente) e energético (presença vital).

A personalidade é a expressão integrada desses registros, mas pode ser máscara adaptativa (Weil & Tompakow) ou armadura adoecida (Gabor Maté), quando o corpo precisa intervir.

Assim, o corpo é fundamento da constituição do Eu e espelho da personalidade.

A psicanálise fala em conflito psíquico; a neurociência mostra circuitos em competição (razão x emoção, controle x impulso).

O campo energético amplia isso, mostrando que o Eu não está só no cérebro, mas também no corpo e em suas vibrações (ex.: tensões musculares, bloqueios energéticos).

Tudo aponta para o mesmo: a identidade é uma construção em múltiplos níveis – simbólico, neural e energético.

No contexto prático, se a neurociência mostra que o Eu depende da integração entre áreas cerebrais (emoção, razão, corpo), não podemos pensar que a personalidade saudável é aquela em que a energia psíquica, neural e corporal circula livremente? Portanto, como integrar práticas clínicas (psicanálise), corporais (intercepção, respiração, movimento) e neurológicas (plasticidade, regulação do estresse) para apoiar essa integração do Eu?

Assim, deixo para debate: Como psicanalistas, corremos o risco de ficar presos apenas ao simbólico da fala. Mas e se o inconsciente estiver gritando no corpo; seja num gesto, numa tensão, ou numa doença? Não seria hora de pensar o corpo como primeira via de linguagem do inconsciente, e não como “apêndice” do psiquismo?  Será que estamos preparados, como analistas e terapeutas, para escutar o corpo com a mesma seriedade que escutamos a palavra, será que a maioria tem escutado o próprio corpo - quando a dor de cabeça grita, o corpo diz não a algo?