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Entre Freud e o Behaviorismo: o que Pequeno Hans e o cavalo Hans nos ensinam:

Ao refletir sobre os conteúdos do módulo, chama a atenção como diferentes perspectivas da Psicologia buscaram compreender o comportamento humano, ora pela via do inconsciente, ora pela via da observação empírica.

Um exemplo clássico da Psicanálise é o caso do Pequeno Hans, relatado por Freud em 1909. Trata-se de um menino de cinco anos que desenvolveu uma fobia de cavalos, interpretada por Freud como expressão de conflitos inconscientes relacionados ao complexo de Édipo (FREUD, 1909/2015). Esse caso tornou-se emblemático por demonstrar como sintomas podem emergir de tensões psíquicas internas e de dinâmicas familiares, inaugurando uma compreensão clínica inovadora sobre a infância.

Em contrapartida, no campo do Behaviorismo, há o famoso episódio do cavalo Hans, também no início do século XX. O animal ficou conhecido por "resolver cálculos matemáticos", mas investigações posteriores mostraram que, na realidade, ele respondia a sinais involuntários emitidos pelos observadores (Pfungst, 1911). Esse caso foi fundamental para o rigor metodológico na Psicologia experimental, revelando a importância de controlar variáveis externas e observáveis.

Ao relacionar esses dois “Hans” — que não devem ser confundidos — percebemos como a Psicanálise e o Behaviorismo, cada uma a seu modo, contribuíram para ampliar nossa compreensão do comportamento. Enquanto Freud mostrou que sintomas podem carregar significados inconscientes, a investigação do cavalo Hans apontou que comportamentos podem ser moldados ou influenciados por pistas ambientais, mesmo sem consciência disso. Assim, ambas as tradições, ainda que divergentes, oferecem ao campo da saúde mental instrumentos valiosos para a escuta clínica e para a análise objetiva do comportamento.