Citação de Pedro Arantes em maio 5, 2025, 8:45 pm

Você já parou para reviver um fragmento da infância e perceber como ele molda cada passo do seu presente? Foi exatamente isso que senti ao colocar minhas memórias para funcionar.

Logo de cara, veio a saudade: as manhãs livres no quintal dos meus avós, o cheiro do café coado na hora, o riso solto sem pressa de horário. Mas junto dessa leveza, brotou uma pontada de angústia — o mesmo aperto no peito que sinto quando olho o extrato bancário ou quando, ainda cedo, visto o uniforme do trabalho.

Escrever me trouxe de volta ao princípio do prazer freudiano: revisitar desejos que eu achava enterrados e lembrar que eles jamais morreram. Também escancarou meu “princípio da realidade”: a cobrança de pagar contas, de corresponder às expectativas de quem acredita em mim. É nesse atrito que encontro combustível para insistir, estudar até tarde e reinventar minha rotina.

No fim, percebo que cada lembrança resgatada funciona como um mapa: aponta para os sonhos que ainda me movem e para os medos que preciso enfrentar. E então, reconheço que esse encontro entre passado e presente não é apenas nostálgico — é o ponto de partida para tudo o que ainda vou conquistar.