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Equilíbrio delicado: modulando o ego

O ego forma-se a partir do inconsciente, a partir do id, no contato com o mundo externo através do sistema percepção-consciência, onde o ego tenta exercer uma função conciliadora das paixões do id, pois no ego predomina a razão. Para a boa formação do ego é preciso que uma dimensão corporal seja atendida, o ego é corporal, se constitui a partir de superfícies, como por exemplo, o corpo da mãe. Então para que o ego se forme o bebê precisa ter o contato com o corpo da mãe, envelopado por ela, e também precisa sentir em seus órgãos digestivos internos a sensação do leite materno saciando-o.

Quando alguma pulsão do id pressiona o ego ele pode ceder à pulsão ou pode modular essa pulsão, valendo-se de alguns mecanismos de defesa. Os mecanismos de defesa possuem alguns atributos: as defesas são a melhor maneira de enfrentar os conflitos e os afetos; as defesas são parcialmente inconscientes; as defesas são distintas entre si; é possível transformar as defesas, apesar de assemelharem-se com os sintomas psiquiátricos e as defesas podem desempenhar uma função adaptativa, porém também podem ser patológicas.

São algumas das defesas mais recorrentes: negação, repressão, racionalização, formação reativa, intelectualização, sublimação, fixação, isolamento, projeção, regressão, identificação, a dissociação, o deslocamento, idealização. Nesses mecanismos de defesa a energia da pulsão vinda do id é modulada através de diferentes estratégias que o ego adota para escamotear a tensão gerada, por exemplo, na repressão retira-se algo do consciente, levando-a para o inconsciente, ou seja, mantendo distante alguma imagem ou percepção insuportável. Já no deslocamento ocorre a substituição de um impulso/pulsão inicial por outro, por exemplo, uma pessoa está com ódio de seu professor e agride verbalmente um colega.

Todas essas características da vida psíquica demonstram como é delicado o equilíbrio psíquico e como devemos ser gentis conosco e com os outros, acolhendo as nossas imperfeições e dificuldades e acolhendo o outro na sua alteridade, sem excluir-lhe ou negar-lhe dignidade, mas compreendendo sempre que somos aprendizes na Terra e a cada momento podemos acertar ou errar, e tudo ficará bem.