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Escolas da Psicologia: Psicanálise e Behaviorismo

A psicanálise e o behaviorismo são duas abordagens distintas da psicologia que surgiram em momentos diferentes e com propostas bem variadas sobre o comportamento humano e o processo de tratamento. A psicanálise foi fundada por Sigmund Freud no final do século XIX e início do século XX. Ela é uma abordagem terapêutica e teórica que foca no inconsciente, nas emoções e nos conflitos internos da pessoa. A psicanálise busca entender como os aspectos inconscientes da mente influenciam os pensamentos, sentimentos e comportamentos.

Princípios fundamentais da psicanálise:
Inconsciente: A psicanálise defende que grande parte da nossa vida psíquica é inconsciente. Isso significa que muitos de nossos desejos, medos e traumas estão fora da nossa consciência e afetam nosso comportamento sem que saibamos.

Conflitos internos: Freud acreditava que os conflitos entre os desejos inconscientes (muitas vezes relacionados à infância) e as normas sociais ou os valores da pessoa causam sofrimento psíquico, como a ansiedade e neuroses.

Estruturas da psique: Freud propôs que a mente humana é composta por três instâncias: o id (instintos primitivos e desejos inconscientes), o ego (a parte racional e consciente da personalidade) e o superego (a internalização das normas sociais e morais).

Defesas psíquicas: Para lidar com os conflitos entre os desejos inconscientes e as exigências da realidade, o ego utiliza mecanismos de defesa, como a repressão, a projeção e a negação.

Importância da infância: Freud enfatizou a importância dos primeiros anos de vida na formação da personalidade, defendendo que traumas e experiências dessa fase podem ter impactos duradouros na vida adulta.

Método terapêutico: O tratamento psicanalítico geralmente envolve sessões em que o paciente fala livremente (associação livre), o que permite que o analista identifique padrões e conteúdos inconscientes. O objetivo é tornar esses conteúdos conscientes, promovendo a cura.

O behaviorismo, por sua vez, é uma abordagem mais científica e objetiva que surgiu no início do século XX, liderada por figuras como John B. Watson, B.F. Skinner e Ivan Pavlov. Em contraste com a psicanálise, o behaviorismo foca no comportamento observável e mensurável, deixando de lado os processos internos, como o inconsciente e os sentimentos.

Princípios fundamentais do behaviorismo:

Comportamento observável: O behaviorismo sustenta que a psicologia deve estudar apenas o comportamento que pode ser observado e medido objetivamente, e não os processos mentais internos. Isso significa que, para os behavioristas, estados mentais como pensamentos e emoções não são relevantes ou precisam ser explicados através de comportamentos.

Condicionamento: O behaviorismo se baseia em duas formas principais de aprendizado:

Condicionamento clássico (ou respondente): Descoberto por Ivan Pavlov, é um processo no qual um estímulo neutro é associado a um estímulo que já provoca uma resposta, até que o estímulo neutro, por si só, cause a mesma resposta. Exemplo clássico é o experimento com os cães de Pavlov, que salivavam ao ouvir um sino, devido à associação com a comida.

Condicionamento operante (ou instrumental): Proposto por B.F. Skinner, trata-se do processo pelo qual comportamentos são reforçados ou punidos, aumentando ou diminuindo a probabilidade de sua ocorrência. Skinner acreditava que a motivação para as ações humanas é, em grande parte, determinada por recompensas e punições.

Reforço e punição: O behaviorismo destaca a importância dos reforços (positivos ou negativos) e punições no aprendizado e na modificação do comportamento. Reforços aumentam a probabilidade de um comportamento se repetir, enquanto punições tentam diminuí-la.

Condicionamento de estímulos: O comportamento é visto como uma resposta a estímulos do ambiente. Portanto, o comportamento de uma pessoa pode ser alterado por mudanças no ambiente ou nos estímulos que ela recebe.

Essas duas abordagens representam visões muito diferentes sobre a psicologia e o comportamento humano, com a psicanálise focando no interior da mente e o behaviorismo no comportamento observável e nos fatores ambientais. Ambas tiveram um grande impacto na psicologia e continuam a influenciar práticas terapêuticas até hoje.