Escolas da Psicologia: Psicanálise e Behaviorismo
Citação de Norma de Souza Lopes em julho 7, 2025, 7:58 pmCom base nas leituras propostas nesta unidade, é possível perceber como diferentes abordagens da Psicologia contribuem para ampliar nossa compreensão sobre o sujeito e os processos de cuidado. O behaviorismo, ao focar nos estímulos e respostas observáveis, abriu caminho para métodos objetivos de análise do comportamento, mas, com o tempo, mostrou limites que levaram à incorporação de processos mentais e afetivos na explicação da aprendizagem. A psicanálise, por outro lado, oferece uma escuta que considera o inconsciente, os vínculos e a subjetividade, como se vê na clínica com crianças e na atuação na saúde coletiva. Essa articulação entre escuta, vínculo e contexto sociocultural evidencia que o cuidado em saúde deve ser horizontal, ético e sensível à complexidade de cada sujeito.
Com base nas leituras propostas nesta unidade, é possível perceber como diferentes abordagens da Psicologia contribuem para ampliar nossa compreensão sobre o sujeito e os processos de cuidado. O behaviorismo, ao focar nos estímulos e respostas observáveis, abriu caminho para métodos objetivos de análise do comportamento, mas, com o tempo, mostrou limites que levaram à incorporação de processos mentais e afetivos na explicação da aprendizagem. A psicanálise, por outro lado, oferece uma escuta que considera o inconsciente, os vínculos e a subjetividade, como se vê na clínica com crianças e na atuação na saúde coletiva. Essa articulação entre escuta, vínculo e contexto sociocultural evidencia que o cuidado em saúde deve ser horizontal, ético e sensível à complexidade de cada sujeito.
Citação de Igor Teixeira de Oliveira em julho 8, 2025, 6:19 pmA psicanálise parte da ideia de que existe um inconsciente, um lugar psíquico onde desejos, memórias e traumas são reprimidos, mas continuam atuando e influenciando nossas ações, sintomas e escolhas, sem que tenhamos plena consciência disso. Em outras palavras, o sujeito não é senhor em sua própria casa, como Freud dizia.
O método psicanalítico, centrado na associação livre e na escuta clínica, busca dar espaço para que esse inconsciente se manifeste — através de lapsos, sonhos, atos falhos, sintomas, fantasias — de modo que o sujeito possa confrontar aquilo que foi recalcado. Não se trata de “curar” um comportamento, mas de dar sentido ao sofrimento, construir uma narrativa possível para aquilo que o sujeito não compreende de si mesmo.Para a psicanálise, o sofrimento tem história. E é nessa história singular que se encontra a chave para um possível alívio, ainda que parcial.
Já o behaviorismo nasce dentro de um paradigma muito diferente, muito mais próximo das ciências naturais. Ele parte do princípio de que só se pode estudar aquilo que é observável e mensurável, ou seja, o comportamento, e não estados mentais subjetivos, como desejos ou traumas inconscientes.
O behaviorista busca compreender a relação entre estímulo e resposta. Skinner, especialmente, com o behaviorismo radical, vai além: ele introduz a ideia de condicionamento operante, mostrando como os comportamentos podem ser moldados a partir de reforços positivos ou negativos. Para esse modelo, o comportamento humano é aprendido e condicionado, e pode ser modificado de forma objetiva com técnicas adequadas.Enquanto a psicanálise mergulha no passado e na linguagem para escutar o desejo do sujeito, o behaviorismo foca no presente e na modificação do comportamento, sem necessariamente se importar com o "porquê" profundo — mas sim com o "como" aquilo ocorre e como pode ser alterado. Sobre o inconsciente, a psicanálise o considera central; o behaviorismo o ignora ou considera irrelevante. Sobre a subjetividade, a psicanálise busca escutá-la; o behaviorismo a trata como não científica. Sobre o método, a psicanálise aposta na fala, no tempo do sujeito; o behaviorismo, na experimentação, no controle, na repetição. Sobre a mudança, o behaviorismo busca modificar comportamentos indesejados; a psicanálise busca compreender o sentido do sintoma. O sujeito não é uma máquina que reage a estímulos. Ele deseja, fantasia, sofre — muitas vezes sem saber por quê. Sua história não é linear, nem toda sua dor é visível. O comportamento é apenas a ponta de um iceberg muito mais profundo. O sintoma, para nós, fala de algo recalcado, de um conflito interno, de um desejo interditado. O objetivo da análise não é ajustar o sujeito à norma, mas ajudá-lo a encontrar um modo mais próprio e menos sofrido de existir.
A psicanálise parte da ideia de que existe um inconsciente, um lugar psíquico onde desejos, memórias e traumas são reprimidos, mas continuam atuando e influenciando nossas ações, sintomas e escolhas, sem que tenhamos plena consciência disso. Em outras palavras, o sujeito não é senhor em sua própria casa, como Freud dizia.
O método psicanalítico, centrado na associação livre e na escuta clínica, busca dar espaço para que esse inconsciente se manifeste — através de lapsos, sonhos, atos falhos, sintomas, fantasias — de modo que o sujeito possa confrontar aquilo que foi recalcado. Não se trata de “curar” um comportamento, mas de dar sentido ao sofrimento, construir uma narrativa possível para aquilo que o sujeito não compreende de si mesmo.Para a psicanálise, o sofrimento tem história. E é nessa história singular que se encontra a chave para um possível alívio, ainda que parcial.
Já o behaviorismo nasce dentro de um paradigma muito diferente, muito mais próximo das ciências naturais. Ele parte do princípio de que só se pode estudar aquilo que é observável e mensurável, ou seja, o comportamento, e não estados mentais subjetivos, como desejos ou traumas inconscientes.
O behaviorista busca compreender a relação entre estímulo e resposta. Skinner, especialmente, com o behaviorismo radical, vai além: ele introduz a ideia de condicionamento operante, mostrando como os comportamentos podem ser moldados a partir de reforços positivos ou negativos. Para esse modelo, o comportamento humano é aprendido e condicionado, e pode ser modificado de forma objetiva com técnicas adequadas.Enquanto a psicanálise mergulha no passado e na linguagem para escutar o desejo do sujeito, o behaviorismo foca no presente e na modificação do comportamento, sem necessariamente se importar com o "porquê" profundo — mas sim com o "como" aquilo ocorre e como pode ser alterado. Sobre o inconsciente, a psicanálise o considera central; o behaviorismo o ignora ou considera irrelevante. Sobre a subjetividade, a psicanálise busca escutá-la; o behaviorismo a trata como não científica. Sobre o método, a psicanálise aposta na fala, no tempo do sujeito; o behaviorismo, na experimentação, no controle, na repetição. Sobre a mudança, o behaviorismo busca modificar comportamentos indesejados; a psicanálise busca compreender o sentido do sintoma. O sujeito não é uma máquina que reage a estímulos. Ele deseja, fantasia, sofre — muitas vezes sem saber por quê. Sua história não é linear, nem toda sua dor é visível. O comportamento é apenas a ponta de um iceberg muito mais profundo. O sintoma, para nós, fala de algo recalcado, de um conflito interno, de um desejo interditado. O objetivo da análise não é ajustar o sujeito à norma, mas ajudá-lo a encontrar um modo mais próprio e menos sofrido de existir.