Forum avaliativo
Citação de Jade Azevedo mendes em novembro 3, 2025, 12:51 pmGostaria de iniciar com base em dois resumos teóricos que abordam o corpo e a constituição do sujeito a partir de ângulos complementares: um foco na Psicanálise e outro na aproximação entre Psicanálise e Neurociências.
A ideia central é que o corpo não é apenas uma entidade biológica, mas o principal palco da experiência e da formação do Eu.
1. A Tatuagem como Inscrição do Eu (Psicanálise)
O primeiro material que analisei, sobre a Tatuagem no empoderamento do corpo pelo sujeito, sob a ótica de Freud e Lacan, levanta questões cruciais sobre o significado psíquico das marcas corporais.
• O Corpo Moldado: Para a Psicanálise, o Eu (Ego) é sobretudo corporal (Freud) e se constitui a partir de uma imagem desenhada e recortada pela linguagem (Lacan, Estádio do Espelho). O corpo é um espaço de inscrição.
• Função Psíquica da Tatuagem: A tatuagem, o piercing e a escarificação são vistos como atos complexos que buscam:
• Marcar um rito de passagem ou uma lembrança.
• Ser uma tentativa de unificação e apropriação do corpo/eu diante de perdas ou fragmentações (como no caso de Sidney, que busca na dor e na marca uma "motivação" para lidar com a ansiedade depressiva).
• Funcionam como um elemento narrativo do sujeito, inscrevendo na pele a insistência da pulsão e a dor, muitas vezes como uma compulsão à repetição de algo que o sujeito não consegue simbolizar completamente.
• Conclusão Implícita: A marca corporal, por ser irreversível, demarca a tentativa do sujeito de construir uma identidade singular e bordar angústias na superfície da pele.
2. Eu e personalidade: a Primazia do Corpo (Psicanálise e Neurociências)
O segundo artigo, "Eu sou meu corpo: o conceito de eu em Freud e de self em Damásio", reforça e amplia essa perspectiva ao buscar uma aproximação entre a Psicanálise (Freud) e as Neurociências (António Damásio).
• Convergência Teórica: O artigo propõe que não se deve mais negligenciar a dupla constituição (social e biológica) da experiência humana.
• O Corpo como Base do "personagem ": Tanto o Eu (Ego) freudiano quanto o Self damasiano têm o corpo como referência fundamental em sua constituição. Para ambos, a experiência de si está enraizada em substratos corporais e nas sensações.
• Enriquecimento Mútuo: As autoras sugerem que as ressonâncias (e as dissonâncias) entre os dois conceitos podem ser uma fonte de inspiração para enriquecer o arcabouço teórico de ambos os campos, superando a fetichização de um único aspecto (mente ou corpo).
• Conclusão Explícita: O corpo é o fator primordial que unifica e ancora a experiência do sujeito/self, seja pela via do psiquismo (Freud) ou pela via da neurobiologia (Damásio).
Gostaria de iniciar com base em dois resumos teóricos que abordam o corpo e a constituição do sujeito a partir de ângulos complementares: um foco na Psicanálise e outro na aproximação entre Psicanálise e Neurociências.
A ideia central é que o corpo não é apenas uma entidade biológica, mas o principal palco da experiência e da formação do Eu.
1. A Tatuagem como Inscrição do Eu (Psicanálise)
O primeiro material que analisei, sobre a Tatuagem no empoderamento do corpo pelo sujeito, sob a ótica de Freud e Lacan, levanta questões cruciais sobre o significado psíquico das marcas corporais.
• O Corpo Moldado: Para a Psicanálise, o Eu (Ego) é sobretudo corporal (Freud) e se constitui a partir de uma imagem desenhada e recortada pela linguagem (Lacan, Estádio do Espelho). O corpo é um espaço de inscrição.
• Função Psíquica da Tatuagem: A tatuagem, o piercing e a escarificação são vistos como atos complexos que buscam:
• Marcar um rito de passagem ou uma lembrança.
• Ser uma tentativa de unificação e apropriação do corpo/eu diante de perdas ou fragmentações (como no caso de Sidney, que busca na dor e na marca uma "motivação" para lidar com a ansiedade depressiva).
• Funcionam como um elemento narrativo do sujeito, inscrevendo na pele a insistência da pulsão e a dor, muitas vezes como uma compulsão à repetição de algo que o sujeito não consegue simbolizar completamente.
• Conclusão Implícita: A marca corporal, por ser irreversível, demarca a tentativa do sujeito de construir uma identidade singular e bordar angústias na superfície da pele.
2. Eu e personalidade: a Primazia do Corpo (Psicanálise e Neurociências)
O segundo artigo, "Eu sou meu corpo: o conceito de eu em Freud e de self em Damásio", reforça e amplia essa perspectiva ao buscar uma aproximação entre a Psicanálise (Freud) e as Neurociências (António Damásio).
• Convergência Teórica: O artigo propõe que não se deve mais negligenciar a dupla constituição (social e biológica) da experiência humana.
• O Corpo como Base do "personagem ": Tanto o Eu (Ego) freudiano quanto o Self damasiano têm o corpo como referência fundamental em sua constituição. Para ambos, a experiência de si está enraizada em substratos corporais e nas sensações.
• Enriquecimento Mútuo: As autoras sugerem que as ressonâncias (e as dissonâncias) entre os dois conceitos podem ser uma fonte de inspiração para enriquecer o arcabouço teórico de ambos os campos, superando a fetichização de um único aspecto (mente ou corpo).
• Conclusão Explícita: O corpo é o fator primordial que unifica e ancora a experiência do sujeito/self, seja pela via do psiquismo (Freud) ou pela via da neurobiologia (Damásio).
