Citação de Lilia1998 em novembro 3, 2024, 12:48 am

Fórum Avaliativo Módulo II

Em 02/11/2024

PRINCÍPIOS DA IMAGEM PESSOAL:

A construção da imagem pessoal, é um processo que se origina desde o início da vida. Fatores psicológicos, sociais e culturais influenciam na construção da imagem pessoal. O que influencia na constituição do "eu" do indivíduo é a convivência familiar, escolar, e sua conexão com o mundo. Na teoria psicanalítica, a imagem e a constituição do "eu" são conceitos centrais.

Para Freud o "eu" se forma ao longo do desenvolvimento humano. Esse processo é complexo, envolvendo a internalização de valores e experiências desde a infância. Ele se desenvolve a partir das experiências e interações do indivíduo, buscando um equilíbrio entre impulsos internos e normas sociais.

Para Lacan a constituição do “eu” é feita pela linguagem e a relação com o outro. É através do processo de identificação com o outro e da linguagem o “eu” é influenciado, pelo inconsciente e pelas relações sociais. Para Lacan a Constituição do sujeito está profundamente ligada ao Imaginário que é o campo das imagens e Ilusões.

Para Françoise Dolto a constituição do "eu" está profundamente ligada à comunicação e reconhecimento do desejo da criança. Para ela o "eu" se desenvolve à medida que a criança se torna consistente de si mesma como sujeito desejante em relação ao outro. Seu corpo e identidade são construídos através da linguagem e das interações com os pais e a sociedade.

Um momento determinante na consolidação da identidade pessoal é a adolescência, momento no qual a pessoa reelabora tudo que viveu na infância e o integra em sua imagem pessoal.

A CONSTITUICAO DO SUJEITO:

O corpo é um elemento de fundamental importância no acesso ao mundo subjetivo, no atributo primordial de todo o ser humano a sua subjetividade, conduzindo-o ao mundo afetivo e simbólico e sua conexão com a constituição psíquica e existencial. Para Freud, o ‘eu’, antes de tudo e um ‘eu’ corporal, pois é a projeção de sua exterioridade. Ao nascer, a criança não distingue os limites de seu corpo, o que é interno ou externo, pois ainda está num estado de confusão. A imagem corporal será construída a partir da percepção do seu corpo (mundo interior) e do mundo externo.

A IMAGEM PESSOAL:

Segundo a psicanálise, é formada por diversas influências. Desde as experiências familiares e sociais até os momentos de autopercepção, como o Estádio do Espelho de Lacan. Ela é uma combinação entre como você se vê, como acredita que os outros te veem e como você deseja ser visto.

Na psicologia social, a imagem e a representação social do "Eu" são influenciadas por diversos fatores interativos:

Identidade Social: A imagem do "Eu" é formada pela identificação com grupos sociais (por exemplo, gênero, etnia, profissão). A teoria da identidade social explica que buscamos pertencer a grupos que valorizamos e isso molda nossa autoimagem.

Autopercepção: Desenvolvemos uma imagem de nós mesmos baseada em como acreditamos que os outros nos veem. Esse conceito é conhecido como "Eu espelho".

Papel Social: Os papéis que desempenhamos em diferentes contextos (por exemplo, colega de trabalho, amigo, membro da família) influenciam nossa imagem e comportamento.

Normas e Expectativas Sociais: As expectativas da sociedade sobre como devemos nos comportar em determinadas situações moldam nossa autoimagem. Buscamos conformar-nos às normas sociais para sermos aceitos.

Comparação Social: A avaliação de nós mesmos em comparação com os outros pode influenciar nossa autoestima e imagem do "Eu".

Esses processos são dinâmicos e contínuos, refletindo a complexidade da formação da identidade e da autoimagem.

PRINCÍPIOS DA PSICANÁLISE PARA CONSTITUIÇÃO

PSÍQUICA E EXISTENCIAL DO SUJEITO:

Na psicanálise, a constituição psíquica e existencial do sujeito é compreendida por meio de vários princípios fundamentais introduzidos por Freud e desenvolvidos por outros psicanalistas, como Melanie Klein e Jacques Lacan. Aqui estão alguns:

Inconsciente: Grande parte da vida psíquica do sujeito está fora da consciência e é formada por desejos, memórias e conflitos reprimidos.

Mecanismos de Defesa: Estratégias inconscientes que protegem o Ego de ansiedades e conflitos internos, como repressão, negação e projeção.

Estrutura Tripartite da Mente: Id (desejos instintivos), Ego (mediador racional) e Superego (moralidade internalizada). A interação dessas partes molda a personalidade.

Fases do Desenvolvimento Psicossexual: O desenvolvimento da personalidade ocorre em estágios (oral, anal, fálica, latência e genital), cada um focado em diferentes zonas erógenas e desafios.

Identificação e Relações de Objeto: A constituição do sujeito é influenciada por suas primeiras relações, principalmente com as figuras parentais, e pela identificação com elas.

Transferência e Contratransferência: No processo terapêutico, o sujeito projeta sentimentos e desejos inconscientes no analista, e este, por sua vez, deve estar atento a suas próprias reações emocionais.

Real, Imaginário e Simbólico (Lacan): Lacan propôs que a psique humana é estruturada por três registros que interagem para moldar nossa percepção do mundo e de nós mesmos. Esses princípios ajudam a entender como o sujeito se desenvolve e se constitui, tanto psiquicamente quanto existencialmente.

O NARCISISMO: Narcisismo primário segundo Freud:

A criança ao nascer não consegue diferenciar entre ela e o mundo. Todos os objetos, inclusive e principalmente sua mãe, fazem parte de si própria. Ao nascer a criança está em uma situação que não sabe o que é ela, e o que não é ela. Então, tudo é ela. Ela tem momentos de prazer quando ela mama, quando dorme, quando é prontamente atendida. Ou seja, o narcisismo normal. O acolhimento que lhe é concedido (colo, afago, saciedade, etc..) dá a criança a percepção de si, que ela tem contornos e pele, e de que está no centro do mundo (seu mundo) inaugura-se o Narcisismo Primário. Este estágio dura poucas semanas pois logo começa a perceber, através de seu desconforto interno (fome, frio, calor, intensidade luminosa, ruídos abruptos), que estes estímulos insuportáveis são acalmados por algo (na verdade por alguém) que lhe socorre.

O NARCISISMO: Narcisismo secundário segundo Freud:

É um distúrbio de comportamento. O narcisismo secundário se desenvolve quando os indivíduos direcionam o afeto de objeto de volta a si mesmos, após a libido já ter sido projetada para fora, para outros objetos além de si mesmo. O resultado é que um indivíduo se torna “cortado” da sociedade e desinteressado em outro. O narcisismo secundário surge como uma substituição do amor objetal pelo amor ao próprio eu, se tal coisa se torna necessária por alguma causa ou outra, especialmente se a libido de objeto foi perdida. A retirada do investimento libidinal nos objetos, seguida por um reinvestimento no ego, foi considerada responsável por duas manifestações características: falta de interesse no mundo exterior e delírios de grandeza. Esse segundo narcisismo, que é o problema do ponto de vista clínico. Que produz neuroses narcísicas, que na verdade é alguém que é profundamente dependente dos outros, que não conseguiu constituir minimamente uma espinha dorsal, no seu desenvolvimento psíquico, e que, portanto, será uma pessoa que no fundo, segundo Freud terá uma autoestima baixa.

Freud percebeu que essa suposta condição do narcisista ser autocentrado suficiente, é no fundo uma personalidade extremamente frágil que teme o mundo o tempo inteiro, que não consegue estabelecer relação com ninguém, e, portanto, não é alguém que tem uma alta "autoestima" e sim uma baixa autoestima. Mesmo que ele possa parecer aos outros o contrário, porque na realidade se mantém a distância e permanece todo tempo precisando da aprovação do mundo para se reafirmar. O narcisista conseguiria um relacionamento afetivo hipoteticamente falando, se ele pudesse grudar na jugular de uma pessoa, e que essa pessoa fosse suficientemente generosa e saudável o bastante, para aguentar o narcisista sugando atenção, estima, aprovação, e o tempo inteiro pedindo comprovação de sua capacidade, e das suas qualidades..