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FREUD E A PSICANÁLISE

FREUD E A PSICANÁLISE Em Cinco lições de psicanálise (1910a/1996), Freud relata a história de um movimento que se afastou no devido tempo e necessidade do saber médico que, então, se ocupava do tratamento dos distúrbios emocionais, tomando o que ele chama de rota absolutamente original (FREUD, 1910a/1996, p. 14). A partir dessa rota, interessou-se por tais distúrbios, apesar do desconhecimento e do desamparo que eles evocavam: “[...] diante da histeria, o médico não sabe, do mesmo modo, o que fazer” (FREUD, 1910a/1996, p. 15). Através destas palavras, Freud chama a histeria de transgressora da ciência médica, já que encarna em si o desamparo e algumas das impossibilidades dos tratamentos então empregados. Ao relatar a história do que se configurou como a pré-psicanálise, a partir do tratamento empreendido por Breuer com Anna O, é deveras interessante quando ele afirma a não pretensão de Breuer em curar a paciente e, mesmo assim, acompanha-la diariamente em seu sofrimento, não medindo esforços na busca pela origem de seus sintomas. Nessa busca incessante, e através do emprego da hipnose como método neste momento pré-psicanalítico, as

conclusões a que chegaram os dois pesquisadores é de que tal origem tem a ver com as reminiscências, restos simbólicos de experiências carregadas decarga afetiva. Assim, se há um sintoma, há um desconhecimento em sua causa: um não saber.

Desse modo, para a psicanálise existem conteúdos escondidos, não sabidos, na vida mental do indivíduo. Esses conteúdos podem aparecer através da livre associação, método que desenvolveu em substituição à hipnose e que possibilitou a mudança do momento pré-psicanalítico para a psicanálise propriamente dita. Em Recomendações aos médicos que exercem a psicanálise, de 1912, Freud atribui à livre associação a função de preceito único do qual parte a técnica psicanalítica. Neste texto, ele também afirma que se deixar abandonar à memória inconsciente não é tarefa apenas do paciente, mas do analista, situando aí a implicação daquele que sepropõe a estas práxis, contrapartida essencial ao início de toda análise. Afinal, a comunicação que ocorre entre o inconsciente do analista e do analisam-te permite a reconstrução das associações livres em conteúdo significantes.

 

A psicanalise freudiana tem como base a relação do "eu consciente" e do "eu inconsciente". ... Sobre a relação do "eu consciente" com as forças inconscientes que atuam sobre ele, Freud afirmou: O ego não é o mestre em sua própria casa. A neurose é uma forma que o inconsciente encontra para lidar com traumas e conflitos.