Imagem e construção do Eu na Psicanálise
Citação de Joao Batista Ernesto de Moraes em setembro 29, 2025, 6:47 pmNa psicanálise, a "imagem" não é uma simples representação visual, mas uma construção psíquica carregada de significado inconsciente. Ela é, antes de tudo, a matéria-prima das identificações que moldam quem somos. A fundação do "eu" (ou ego) se dá através de uma "imagem primordial": o "estádio do espelho", conceito de Jacques Lacan. Nele, a criança, ainda em uma fase de incoordenacão motora, reconhece-se jubilosamente em sua imagem refletida no espelho. Essa imagem unificada e idealizada oferece uma antecipação de unidade a um self ainda fragmentado, formando o núcleo do eu como uma "identificação fundamental". No entanto, essa construção é, em sua essência, "fictícia". O eu se constitui a partir de uma imagem externa e idealizada com a qual o sujeito se identifica, mas que nunca corresponde plenamente à sua experiência interna. Dessa forma, o "eu" é uma instância psíquica construída para mediar as demandas do mundo externo, os desejos do Id e as proibições do Superego. Em resumo, o "eu" é uma construção erguida sobre "imagens identificatórias" – começando pela imagem no espelho e se estendendo às imagens de figuras parentais e ideais sociais. Ele é, portanto, uma estrutura necessária, mas não natural, marcada por um descompasso original entre a imagem unificada e a realidade psíquica do sujeito. (Obs.: este texto foi produzido para ser postado nesta seção, mas acabou sendo postado por engano na seção "Na prática")
Na psicanálise, a "imagem" não é uma simples representação visual, mas uma construção psíquica carregada de significado inconsciente. Ela é, antes de tudo, a matéria-prima das identificações que moldam quem somos. A fundação do "eu" (ou ego) se dá através de uma "imagem primordial": o "estádio do espelho", conceito de Jacques Lacan. Nele, a criança, ainda em uma fase de incoordenacão motora, reconhece-se jubilosamente em sua imagem refletida no espelho. Essa imagem unificada e idealizada oferece uma antecipação de unidade a um self ainda fragmentado, formando o núcleo do eu como uma "identificação fundamental". No entanto, essa construção é, em sua essência, "fictícia". O eu se constitui a partir de uma imagem externa e idealizada com a qual o sujeito se identifica, mas que nunca corresponde plenamente à sua experiência interna. Dessa forma, o "eu" é uma instância psíquica construída para mediar as demandas do mundo externo, os desejos do Id e as proibições do Superego. Em resumo, o "eu" é uma construção erguida sobre "imagens identificatórias" – começando pela imagem no espelho e se estendendo às imagens de figuras parentais e ideais sociais. Ele é, portanto, uma estrutura necessária, mas não natural, marcada por um descompasso original entre a imagem unificada e a realidade psíquica do sujeito. (Obs.: este texto foi produzido para ser postado nesta seção, mas acabou sendo postado por engano na seção "Na prática")