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IMAGEM PESSOAL

O começo da vida é alienado ao desejo dos pais, ou seja, a criança ela vive o reflexo da mãe, presa em suas limitações. Freud então percebeu a partir dos estudos que o "EU" não é um construto dado desde o nascimento, ele se desenvolverá com o tempo criando a premissa do inconsciente. Freud, em "Mais Além do Princípio do Prazer" (1920), relata o jogo do fazer aparecer-desaparecer a mãe (brincadeira do carretel conhecido como "fort-da"), acrescentando numa nota de rodapé uma outra brincadeira feita pelo mesmo neto. Trata-se de "fazer desaparecer a si próprio. A criança descobriu um espelho que não chegava até o chão, apesar de ser um espelho de corpo inteiro. Agachava-se e podia fazer sua imagem ir embora. Observamos, assim, uma simultaneidade entre o fazer desaparecer-retornar a mãe e fazer desaparecer-retornar a si próprio. A chamada "angústia do oitavo mês", quando o bebê chora ou mostra descontentamento ao ver um rosto que não é o rosto familiar de sua mãe, está inserida nesta fase da constituição simultânea do eu-outro. Sami-Ali explica assim esta angústia: "perceber o rosto da mãe na sua diferença em relação aos outros rostos significa pressentir a possibilidade de ter um rosto diferente do rosto da mãe""A angústia revela então a dupla constituição do outro como outro, e de um mesmo como outro, em relação a esse outro."