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Imagem pessoal - Módulo II

O processo de desenvolvimento da imagem pessoal é regido segundo Freud pelo reconhecimento da imagem do eu através do desenvolvimento cognitivo de suas estruturas psíquicas: ID, EGO e SUPEREGO. Freud discorre sobre o desamparo do recém nascido, um momento da vida do ser em desenvolvimento em que ele se vê desprovido da existência das compreensões ou interpretações, como se não existisse ninguém (nem o corpo, nem o psiquismo) e é neste estádio que Freud acreditava que era possível o caminho rumo ao campo do tornar-se humano, mas com a necessidade de que outro ser já formado de seu próprio psiquismo lhe auxiliasse nesse processo de introdução no mundo que já existe.

Já para Lacan, esse reconhecimento está baseado no estádio do espelho que geralmente ocorre dos 6 aos 18 meses. Nesse estádio a criança ainda que desprovida de equilíbrio e desenvolvimento motor vê sua imagem refletida em qualquer seja o objeto capaz de refleti-lo e essa imagem é reafirmada pelo o olhar do outro (geralmente da mãe) em que diz "Sim, este é tu".

Quanto a imagem do corpo na constituição do sujeito podemos relatar que o corpo é um elemento de fundamental importância no acesso ao mundo subjetivo, é inerente ao ser humano com relação a sua subjetividade. A descoberta deste corpo se dá através das percepções sensoriais deste próprio corpo. A visão é o sentido mais atribuído nesse processo de percepção do corpo, pois através dela o ser reconhece sua própria imagem através do espelho, ao olhar para o outro e através do olhar do outro. Além disso, através do tato e da noção da sensação de dor, o ser é capaz de reconhecer o corpo interno, por intermédio do sentir dor em algum órgão por estar doente.

Outra concepção importante sobre a constituição do eu freudiano é a função das pulsões, que através de uma gama de estímulos sensórios extracorpóreos o ser sofre a identificação das primeiras reproduções inconscientes da experiência somática no espaço psíquico primordial. A figura materna, neste momento, se torna primordial uma vez que é através das pulsões internas desta mãe que o recém nascido por intermédio do sistema de percepção-consciência absorve o que é vivido, sentido, compreendido, percebido em percepções e mais tarde em memórias.

Para além destes pressupostos, para Dolto, que trouxe uma nova concepção de imagem corporal: "A imagem do corpo é inconsciente, podendo tornar-se em parte pré-consciente, apenas quando se vincular à linguagem consciente." Dessa forma, a imagem corporal se torna consciente através da comunicação entre os sujeitos.