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Imagem pessoal segundo a psicanálise

A imagem pessoal, sob a ótica da psicanálise clínica, vai muito além da aparência externa. Ela é atravessada por processos inconscientes que envolvem o desejo, o olhar do outro e a formação do eu. Desde Freud, compreendemos que o sujeito está em constante tensão entre o que é e o que idealiza ser. O conceito de ideal do eu nos mostra que a imagem que buscamos construir está diretamente relacionada à busca por aceitação e reconhecimento.

 

Lacan amplia essa compreensão com a teoria do estádio do espelho, momento fundamental na constituição do sujeito. Ao reconhecer-se no espelho, o bebê forma uma imagem unificada de si, ainda que essa imagem seja ilusória. A partir daí, o sujeito passa a buscar no outro uma confirmação de sua própria imagem, mostrando que nossa identidade está sempre ligada ao desejo do outro.

 

Na prática clínica, percebemos o quanto a imagem pessoal pode ser fonte de sofrimento. Muitos pacientes desenvolvem sintomas ligados à autoestima, à autopercepção e à pressão de corresponder a ideais inalcançáveis. A imagem torna-se um território de conflitos psíquicos, onde o sujeito tenta preencher a falta com uma aparência idealizada.

 

Refletir sobre a imagem pessoal segundo a psicanálise é, portanto, um convite à escuta e ao autoconhecimento. É compreender que, por trás da imagem, existe um sujeito desejante, dividido, que busca simbolizar sua existência no campo do Outro.

O comentário da Izabela Carvalho traduz exatamente o que envolve a construção da imagem segundo a Psicanálise.

O conflito entre o ser e o ideal; a necessidade da validação do outro na confirmação de quem se é; as dores causadas por não apresentar a imagem pessoal que acredita-se que o outro deseja ver; enfim.

Concordo com cada palavra.