Interpretar obras literárias sob o viés psicanalítico e filosófico
Citação de Cassandra Lúcia de Maya Viana em dezembro 21, 2024, 1:46 amO método de análise do texto literário a partir da teoria psicanalítica muito se assemelha ao que Freud propôs na “A interpretação dos Sonhos”, de 1900. Ele encarava o sonho não apenas como uma deformação da realidade, mas também como uma produção simbólica particular da realidade, uma reorganização do que o sujeito vive que é regido pelo seu inconsciente. Tal posicionamento e método analítico é muito valioso para a crítica literária e sua postura de análise diante do texto.
É justamente essa elaboração/revisão do sonho que se torna interessante para a crítica psicanalítica produzir seu “subtexto” a partir da análise de uma obra literária. Mais do que mero reflexo da realidade, o texto literário passa a ser entendido pela crítica psicanalítica como uma forma de produção de uma realidade própria, cuja análise metódica debruça-se sobre os seus: “... trechos ‘sintomáticos’ no texto-sonho: deformações, ambiguidades, omissões e elisões (supressão de letras ou palavras em uma expressão ou frase), que podem constituir um modo especialmente valioso de acesso ao ‘conteúdo latente’, ou impulsos inconscientes, que participam de sua criação
A leitura psicanalítica do romance não precisa ser vista como alternativa a uma interpretação social. Trata-se, ao contrário, de duas faces ou aspectos de uma mesma situação humana. Podemos discutir que Paul faz uma imagem “fraca” do pai e uma imagem “forte” de sua mãe, tanto em termos edipianos quanto classistas. Podemos ver como as relações humanas entre um pai ausente e violento, a mãe ambiciosa e emocionalmente exigente, e o filho sensível, são compreensíveis tanto em termos de processos inconscientes quanto em termos de certas forças e relações sociais.
Tudo isto, porém ainda está limitado ao que se poderia chamar de “análise de conteúdo”, pois focaliza antes o que é dito do que a maneira como é dito, o “tema” mais do que a “forma”. Mas, podemos estender essas considerações à própria “forma”, a aspectos tais como: a maneira pela qual o romance apresenta e estrutura a narrativa, o modo como delineia as personagens, qual o foco adotado.
O método de análise do texto literário a partir da teoria psicanalítica muito se assemelha ao que Freud propôs na “A interpretação dos Sonhos”, de 1900. Ele encarava o sonho não apenas como uma deformação da realidade, mas também como uma produção simbólica particular da realidade, uma reorganização do que o sujeito vive que é regido pelo seu inconsciente. Tal posicionamento e método analítico é muito valioso para a crítica literária e sua postura de análise diante do texto.
É justamente essa elaboração/revisão do sonho que se torna interessante para a crítica psicanalítica produzir seu “subtexto” a partir da análise de uma obra literária. Mais do que mero reflexo da realidade, o texto literário passa a ser entendido pela crítica psicanalítica como uma forma de produção de uma realidade própria, cuja análise metódica debruça-se sobre os seus: “... trechos ‘sintomáticos’ no texto-sonho: deformações, ambiguidades, omissões e elisões (supressão de letras ou palavras em uma expressão ou frase), que podem constituir um modo especialmente valioso de acesso ao ‘conteúdo latente’, ou impulsos inconscientes, que participam de sua criação
A leitura psicanalítica do romance não precisa ser vista como alternativa a uma interpretação social. Trata-se, ao contrário, de duas faces ou aspectos de uma mesma situação humana. Podemos discutir que Paul faz uma imagem “fraca” do pai e uma imagem “forte” de sua mãe, tanto em termos edipianos quanto classistas. Podemos ver como as relações humanas entre um pai ausente e violento, a mãe ambiciosa e emocionalmente exigente, e o filho sensível, são compreensíveis tanto em termos de processos inconscientes quanto em termos de certas forças e relações sociais.
Tudo isto, porém ainda está limitado ao que se poderia chamar de “análise de conteúdo”, pois focaliza antes o que é dito do que a maneira como é dito, o “tema” mais do que a “forma”. Mas, podemos estender essas considerações à própria “forma”, a aspectos tais como: a maneira pela qual o romance apresenta e estrutura a narrativa, o modo como delineia as personagens, qual o foco adotado.