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Literatura, Psicanalise e Filosofia

  • Embora sejam aéreas diferentes, do saber, apresentam muitos pontos em comum, desde a sua fundação discursiva e disciplinar. São três grandes aéreas de interpretação e reflexão a respeito das questões humanas, desde as individuais e psíquicas até as sociais e históricas.
  • Tudo começa na Grécia Antiga, oito séculos antes de Cristo, quando os textos fundadores da literatura ocidental Ilíada e Odisséia, cuja a autoria é atribuída ao poeta Homero. Quatrocentos anos depois, por sua vez, o filósofo Platão, também da Grécia clássica, funda um discurso que segundo o pensador, é diferente do literário (estético), uma vez que é voltada a reflexão metódica de investigação da verdade. Por fim, cerca de dois mil anos depois, um médico austríaco de nome Sigmund Freud começa a investigar, no final do século XIX, casos de transtornos psicológicos que apresentam sintomas físicos do paciente (neurose histórica), até que lança em 1900, o texto considerado fundador da psicanalise como teoria metapsicológica (sua teoria tinha como intuito inicial entender como funcionava as neuroses e histerias, gira em torno, de um conceito fundamental, que representa a base do entendimento: princípio do prazer ou libido. Trata-se de uma forma de energia biológica imanente a natureza humana voltada a autopreservação do corpo e a satisfação das necessidades fisiológicas do organismo).
  • O que tem dominada a história humana até agora é a necessidade de trabalhar; e para Freud, essa dura necessidade significa que precisamos reprimir algumas de nossas tendências ao prazer e a satisfação. Todos ser humano precisa sofrer repressão daquilo que Freud chamou de princípio do prazer em favor, do princípio da realidade; para alguns de nós, porém, e possivelmente para sociedades inteiras, a repressão pode se tornar excessiva e nos transformar em doentes. Estamos preparados para aceitar a repressão desde que ela nos ofereça alguma coisa em troca; mas se as exigências que nos são feitas forem excessivas provavelmente adoeceremos. Essa forma de enfermidade é a neurose. Uma maneira pela qual podemos enfrentar os desejos que temos condições de satisfazer é sublimando, isso significa reprimir por uma finalidade maior de valor social.
  • Contudo, para o pai da psicanalise existe um mecanismo de repressão universal, responsável por produzir na infância todas as formas possíveis de estrutura psíquica. Buscando entender, então, como funcionava o misterioso aparelho psíquico, e, na tentativa de dar um nome a esse princípio castrador primordial do prazer. Recorreu a literatura clássica, para amparar e elaborar sua teoria – Complexo de Édipo.
  • O complexo de édipo é para Freud o início da moral, consciência, do direito e de todas as formas de autoridade social e religiosa. A proibição real, ou, imaginaria, do incesto pelo pai simboliza toda a autoridade superior que será mais tarde, encontrada, e, ao introjetar (tornar sua), essa lei patriarcal, a criança começa a formar aquilo que Freud chama de super ego, a voz pavorosa e punitiva da consciência. O sujeito humano que surge do processo edípico é um sujeito dividido, separado precariamente em consciente e inconsciente; e o inconsciente pode ressurgir a qualquer momento para persegfui-lo (EAGLETON 2006, p. 235).
  • A medida que crescemos, contudo, vamos nos separando do corpo materno( o reino da natureza) e adentramos o reino da cultura, por meio da aquisição da fala, da independência na alimentação, no contato com outras crianças.
  • Platão queria expulsar os poetas da Polis: o grande filósofo propôs que fossem expulsos, porque sua maneira de representação distorcida da realidade era perigosa, já que dominavam, a estética e a verossimilhança. Nesse embate engendra o discurso filosófico como aquele que corresponde a busca metódica pela verdade, embora se utilizasse de formas literárias, como o diálogo narrado, encarado pelos antigos como o verdadeiro método para chegar a verdade, a uma essência ontológica.
  • A psicanalise foi concebida como, mais que uma teoria, um método terapêutico aplicável empiricamente ao consultório psiquiátrico/psicanalítico par ao tratamento de neuroses sintomáticas.

O princípio do prazer, o complexo de édipo, o materialismo histórico dialético, a teoria queer, a desconstrução, o feminismo, a fenomenologia, o existencialismo, etc, são ferramentas de interpretação que enriquecem as reflexões e as possíveis discussões a partir do texto literário