Literatura, Psicanálise e Filosofia
Citação de Jeferson Caldeira Brant em agosto 25, 2022, 2:33 pmLiteratura, Psicanálise e Filosofia são três discursos que ora se parecem o mesmo, ora diferenciam-se em suas especificidades, desde a Grécia clássica, com Homero e os filósofos pré-socráticos, passando por Platão, Aristóteles, Sófocles, até Nietzsche e Dostoievsky, Freud e Shakespeare.
A literatura constitui um discurso fundante da cultura e do pensamento ocidental, assim como a filosofia grega, nesse sentido o texto literário confunde-se muitas vezes com o texto filosófico, no final das contas, o discurso literário não tem uma fronteira muito bem definida em relação ao discurso filosófico, tanto no que diz respeito ao conteúdo.
A ideia central da especificidade da literatura é enxergar um texto literário ou a literatura como um todo, sob as lentes de uma única teoria psicológica ou tese filosófica, ou perspectiva histórica. O materialismo histórico dialético, a desconstrução, o feminismo, a fenomenologia, o existencialismo, etc. são ferramentas de interpretação que enriquecem as reflexões e as possíveis discussões a partir do texto literário. Contudo, o texto literário jamais poderá ser reduzido a uma única perspectiva epistemológica, social e histórica, e esse é seu verdadeiro valor, sua especificidade como discurso.
A psicanalise entra em cena na segunda metade do século XIX (1856) com o pensamento revolucionário de Sigmund Freud, ele foi um médico neurologista austríaco, era fascinado pelas neuroses (doenças psíquicas até então consideradas imaginações dos pacientes por terem sintomas físicos sem causas propriamente fisiológicas), que, por sua vez, dispunham de tratamentos pseudocientíficos, como banhos e sangrias, dada a sua menor relevância para a medicina da época. Sua teoria gira em torno de um conceito fundamental, que representa a base do entendimento de todo o restante de seu pensamento: o princípio do prazer, ou libido. Trata-se de uma forma de energia biológica imanente à natureza humana, voltada à autopreservação do corpo e à satisfação das necessidades fisiológicas do organismo, como excretar, repousar, alimentar-se e copular no ato sexual. Freud foi pioneiro na ideia de que forças inconscientes influenciam o comportamento e a personalidade do indivíduo. Ele acreditava que eventos da infância e conflitos inconscientes, geralmente relacionados a impulsos e agressões sexuais, moldam a experiência de uma pessoa na idade adulta.
A filosofia e a psicanálise são discursos que se iniciam sem fronteiras bem definidas, a tentativa de delimitá-las é milenar e constitui a fundação do discurso filosófico. Freud, reconhecia que a carência de dados e estudos empíricos à época sobre a mente humana o levava a amparar-se na literatura e na filosofia para desenvolver suas teorias.
A teoria psicanalítica teve um impacto nos estudos literários tanto como uma modalidade de interpretação quanto como uma teoria sobre a linguagem, a identidade e o sujeito. Por um lado, junto com o marxismo, é a hermenêutica moderna mais poderosa: uma metalinguagem ou vocabulário técnico autorizado que pode ser aplicado às obras literárias, assim como a outras situações, para entender o que está "realmente" acontecendo. Isso leva a uma crítica alerta a temas e relações psicanalíticas (CULLEP,1999, p.123).
Platão recorre ao literário não somente como forma, mas como caminho do conhecimento.
Literatura, Psicanálise e Filosofia são três discursos que ora se parecem o mesmo, ora diferenciam-se em suas especificidades, desde a Grécia clássica, com Homero e os filósofos pré-socráticos, passando por Platão, Aristóteles, Sófocles, até Nietzsche e Dostoievsky, Freud e Shakespeare.
A literatura constitui um discurso fundante da cultura e do pensamento ocidental, assim como a filosofia grega, nesse sentido o texto literário confunde-se muitas vezes com o texto filosófico, no final das contas, o discurso literário não tem uma fronteira muito bem definida em relação ao discurso filosófico, tanto no que diz respeito ao conteúdo.
A ideia central da especificidade da literatura é enxergar um texto literário ou a literatura como um todo, sob as lentes de uma única teoria psicológica ou tese filosófica, ou perspectiva histórica. O materialismo histórico dialético, a desconstrução, o feminismo, a fenomenologia, o existencialismo, etc. são ferramentas de interpretação que enriquecem as reflexões e as possíveis discussões a partir do texto literário. Contudo, o texto literário jamais poderá ser reduzido a uma única perspectiva epistemológica, social e histórica, e esse é seu verdadeiro valor, sua especificidade como discurso.
A psicanalise entra em cena na segunda metade do século XIX (1856) com o pensamento revolucionário de Sigmund Freud, ele foi um médico neurologista austríaco, era fascinado pelas neuroses (doenças psíquicas até então consideradas imaginações dos pacientes por terem sintomas físicos sem causas propriamente fisiológicas), que, por sua vez, dispunham de tratamentos pseudocientíficos, como banhos e sangrias, dada a sua menor relevância para a medicina da época. Sua teoria gira em torno de um conceito fundamental, que representa a base do entendimento de todo o restante de seu pensamento: o princípio do prazer, ou libido. Trata-se de uma forma de energia biológica imanente à natureza humana, voltada à autopreservação do corpo e à satisfação das necessidades fisiológicas do organismo, como excretar, repousar, alimentar-se e copular no ato sexual. Freud foi pioneiro na ideia de que forças inconscientes influenciam o comportamento e a personalidade do indivíduo. Ele acreditava que eventos da infância e conflitos inconscientes, geralmente relacionados a impulsos e agressões sexuais, moldam a experiência de uma pessoa na idade adulta.
A filosofia e a psicanálise são discursos que se iniciam sem fronteiras bem definidas, a tentativa de delimitá-las é milenar e constitui a fundação do discurso filosófico. Freud, reconhecia que a carência de dados e estudos empíricos à época sobre a mente humana o levava a amparar-se na literatura e na filosofia para desenvolver suas teorias.
A teoria psicanalítica teve um impacto nos estudos literários tanto como uma modalidade de interpretação quanto como uma teoria sobre a linguagem, a identidade e o sujeito. Por um lado, junto com o marxismo, é a hermenêutica moderna mais poderosa: uma metalinguagem ou vocabulário técnico autorizado que pode ser aplicado às obras literárias, assim como a outras situações, para entender o que está "realmente" acontecendo. Isso leva a uma crítica alerta a temas e relações psicanalíticas (CULLEP,1999, p.123).
Platão recorre ao literário não somente como forma, mas como caminho do conhecimento.