Literatura, Psicanálise e Filosofia
Citação de Graziano Lima Pires em julho 3, 2024, 2:29 pmExiste uma dialogicidade entre os discursos literário e psicanalítico, o sujeito da linguagem é também o sujeito do inconsciente. Freud tinha afeição pela literatura, para tratar das relações entre literatura e psicanálise usava conceitos da psicanálise, em especial a formação do inconsciente, pois, entendia que haveria uma comunicação entre o artista e sua produção e o inconsciente. Freud divide a subjetividade em consciente e inconsciente. A subjetividade para ele deixa de ser apenas a consciente e passa a ser também a inconsciente. Existem dois sujeitos do enunciado e da enunciação. Aquilo que está no inconsciente e recalcado busca expressar-se.
A psicanálise usa um caminho que não é menos misterioso que o da literatura. É assim que, mais do que vir esclarecer a literatura, a literatura é que vem em socorro da psicanálise no que esta tem de mais radical, o que a aproxima da estética e da ética, muito mais do que da ciência compreendida pelos parâmetros positivistas.
No élan da descoberta psicanalítica, os mitos e a literatura desempenham grande papel para a comprovação e a justificação da teoria; porém, é essencialmente para sua construção que ela ocupa lugar essencial, permitindo à psicanálise nascente descentrar-se do campo estritamente médico, ascendendo ao estatuto de teoria geral do psiquismo e do devir humanos. Literatura e psicanálise têm como fundamento o trabalho com a linguagem, constituindo duas formas de intersubjetividade que inauguram, a cada ato, uma ética do dizer.
Foi a partir dessa aventura pelos territórios da filosofia e da arte – especialmente da literatura – que a edificação da psicanálise tornou-se não só possível, como quase imperativa a Freud, o que ratifica a tese de que a psicanálise está posta em um campo que é o da ética e o da estética. Tomando a noção de estética como espaço no qual uma experiência é possível somente a partir da impossibilidade do encontro consigo e com o outro em sua completude, a noção do estranhamente familiar, introduzida por Freud a partir do mergulho na literatura e na vida cotidiana vem possibilitar um redimensionamento no entendimento da natureza mesma de tal experiência.
Existe uma dialogicidade entre os discursos literário e psicanalítico, o sujeito da linguagem é também o sujeito do inconsciente. Freud tinha afeição pela literatura, para tratar das relações entre literatura e psicanálise usava conceitos da psicanálise, em especial a formação do inconsciente, pois, entendia que haveria uma comunicação entre o artista e sua produção e o inconsciente. Freud divide a subjetividade em consciente e inconsciente. A subjetividade para ele deixa de ser apenas a consciente e passa a ser também a inconsciente. Existem dois sujeitos do enunciado e da enunciação. Aquilo que está no inconsciente e recalcado busca expressar-se.
A psicanálise usa um caminho que não é menos misterioso que o da literatura. É assim que, mais do que vir esclarecer a literatura, a literatura é que vem em socorro da psicanálise no que esta tem de mais radical, o que a aproxima da estética e da ética, muito mais do que da ciência compreendida pelos parâmetros positivistas.
No élan da descoberta psicanalítica, os mitos e a literatura desempenham grande papel para a comprovação e a justificação da teoria; porém, é essencialmente para sua construção que ela ocupa lugar essencial, permitindo à psicanálise nascente descentrar-se do campo estritamente médico, ascendendo ao estatuto de teoria geral do psiquismo e do devir humanos. Literatura e psicanálise têm como fundamento o trabalho com a linguagem, constituindo duas formas de intersubjetividade que inauguram, a cada ato, uma ética do dizer.
Foi a partir dessa aventura pelos territórios da filosofia e da arte – especialmente da literatura – que a edificação da psicanálise tornou-se não só possível, como quase imperativa a Freud, o que ratifica a tese de que a psicanálise está posta em um campo que é o da ética e o da estética. Tomando a noção de estética como espaço no qual uma experiência é possível somente a partir da impossibilidade do encontro consigo e com o outro em sua completude, a noção do estranhamente familiar, introduzida por Freud a partir do mergulho na literatura e na vida cotidiana vem possibilitar um redimensionamento no entendimento da natureza mesma de tal experiência.
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