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literatura, psicanálise e filosofia

A psicanálise não funciona sozinha. Ela está inserida em diversos locais do conhecimento humano. No caso em questão, falamos da literatura e da filosofia, mas poderíamos incluir outros, como as ciências sociais e outras humanidades. Claro que podemos também pensar em ciências naturais, mas aí não estaríamos mais no campo da psicanálise propriamente dita, como é o caso do behaviorismo.

A filosofia em seus primórdios se valia dos diálogos (literatura), como forma de alcançar o conhecimento. Platão, por exemplo, utilizava Sócrates como personagem principal, fazendo o papel de mestre, e outros personagens, fazendo o papel de discípulos. Perguntas se seguiam a respostas que eram novas questões, e assim acabava o autor chegando às conclusões que esperava conseguir. Era o método da dialética. Se ele já tinha essas conclusões previamente determinadas, nunca saberemos, pois nunca isso foi confessado. Filósofos atenienses quiseram expulsar os poetas da cidade-estado em função, segundo eles, deles propagarem fantasias - os poemas - no lugar da realidade - a filosofia - , que na verdade é uma busca, não a verdade em si.

A psicanálise se vale da literatura como objeto de análise, principalmente do autor e da obra. Assim, podemos ler Shakespeare ou Machado de Assis sob a ótica da psicanálise, e analisar os personagens, assim como os próprios autores em seus ambientes históricos.

O autoconhecimento é diferente da autoanálise. Quando Sócrates teria dito "conhece-te a ti mesmo" ele não falou "cuida-te de ti mesmo". Há uma necessidade de nos autoconhecermos antes de nos cuidarmos.