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Literatura, psicanálise e filosofia

Neste capítulo que fala sobre literatura, psicanálise e filosofia, pude perceber que apesar de serem discursos que se diferenciam em alguns aspectos, em dados momentos podemos perceber o quantos são próximas umas das outras a ponto de se confundirem. Ao analisarmos as obras de Freud sobre sujeito e inconsciente percebemos o quanto o pensamento do autor se aproxima de obras clássicas da literatura e da filosofia. O primeiro fato que precisamos entender é que a literatura precisa deixar de ser encarada como um mundo encantado de fantasia idealizado pela burguesia do século XIX. Precisa-se entender que a literatura vai muito além de um passatempo recreativo, e sim que a mesma constitui os fundamentos da cultura e do pensamento ocidental. Assim como também a filosofia grega desde os pré-socráticos. Sendo assim, os textos literários se confundem muitas vezes com o pensamento filosófico. Sendo Freud um médico neurologista nascido na metade do século XIX, foi alguém que teve estreito relacionamento com o cientificismo positivista, entretanto o mesmo não concentrou seus esforços ao estudo fisiológico do cérebro humano. O jovem médico a época era fascinado pelas doenças psíquicas até então consideradas como fruto da imaginação dos pacientes, conhecidas por neuroses. Nasce assim a metapsicologia. Um exemplo claro da utilização da literatura clássica por Freud é percebido quando o mesmo elabora um estudo para explicar o que ele chama de mecanismo de repressão universal que é responsável por produzir na infância todas as formas possíveis de estrutura psíquica como neurose, compulsão, fobias e psicoses. Fazendo-se uma análise da teoria elaborada por Freud intitulada de complexo de Édipo percebe-se que o mesmo utilizou-se de uma tragédia grega do poeta Sófocles chamada de “Édipo Rei”. Elaborando a sua teoria o autor chega a conclusão de que essa narrativa é mais que um escândalo absurdo e imoral e sim a base da psique do ser humano. Percebe-se claramente que a psicologia e a psicanálise não apresentam fronteiras bem estabelecidas, mas estão inter-relacionadas. Freud não gostava da ideia de ser um autor de um tratado filosófico, mas o mesmo reconhecia que a carência de dados e estudos empíricos à época sobre a mente humana o levava a ampara-se na literatura e filosofia para desenvolver suas teorias.