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Mecanismo de Defesa no Caso de Laura

O caso de Laura evidencia o uso do mecanismo de defesa chamado sublimação. Trata-se de um processo pelo qual impulsos indesejáveis ou inaceitáveis são transformados em ações ou representações socialmente valorizadas, sem que o sujeito tenha consciência do conflito original.

No exemplo apresentado, Laura está na fase de latência e demonstra, de forma indireta, um impulso de inveja em relação ao irmão recém-nascido, um sentimento difícil de ser admitido consciente ou socialmente. Em vez de agir diretamente sobre esse afeto, Laura o converte simbolicamente por meio da fantasia de ser uma figura mágica e poderosa — alguém capaz de transformar e controlar o mundo ao seu redor com os gestos e a imaginação.

A sublimação, segundo a teoria freudiana, é um dos mecanismos mais “maduros” do ego. Ela permite que o sujeito mantenha o equilíbrio psíquico sem que o conteúdo inconsciente emergente precise ser recalcado ou projetado de forma patológica, oferecendo uma via de expressão mais criativa e simbólica para o impulso recalcado.

Neste sentido, o brincar de Laura é mais do que uma brincadeira: é uma elaboração inconsciente que expressa e transforma um conflito interno sem que este precise ser diretamente enfrentado — e é justamente aí que o mecanismo de defesa atua com mais sutileza e eficácia.